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Turismo, peso importante na economia de qualquer país

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Para que uns façam turismo, outros têm de trabalhar – será que a remuneração é equivalente ao esforço prestado?

O tema escolhido para esta semana chamou-me a atenção – não tivesse eu andado envolvido e trabalhado para o turismo durante muitos anos -, mas chamou-me a atenção por várias razões, grandes recordações e muito envolvimento com diferente tipo de pessoas. Depois de começar atividade percebi a importância do turismo para a economia do país, não sabia era das dificuldades que se aproximavam, chamo dificuldades porque quem se envolve numa atividade ligada ao turismo perde parte da vida familiar, perde a vida social, perde fins de semana, festas, etc.. Isto quem se envolve com gosto. Não se pode abrir uma casa para dizer que se tem uma atividade turística, a nossa vida altera por completo. Tem custos elevados para quem se dedica, aqui as remunerações não correspondem ao esforço.

Todo o cidadão acha caro almoçar ou jantar fora, visitar um museu no fim de semana, fazer férias e usar instalações hoteleiras etc., mas esquecemo-nos que para usufruir de tudo isto alguém tem de trabalhar e, por vezes, com ordenados baixos. Mais engraçado são os que criticam tudo e apontam o dedo a tudo e esquecem-se que ficam com quatro dedos na direção deles próprios. Os ordenados são baixos porque a entidade empregadora não consegue dar mais, são investimentos loucos, por isso é que as taxas para o Estado deviam ser o mínimo, mas neste tema tínhamos conversa para horas e o papel é pequeno para tanta coisa. Tudo isto para dizer que o turismo tem um peso muito grande na economia de qualquer país.

É uma atividade de diferentes serviços que, com o desenvolvimento, passou a empregar uma grande percentagem da população no mercado de trabalho, com e sem formação. Os números continuam a crescer. Atualmente diz-se que representa uma média de 14% do produto interno bruto em Portugal, o que, segundo registos, corresponde a uma média de 27 mil milhões de euros. Isto é excelente. Portugal sempre foi um país com muita atração turística, o que se deve à beleza que o país tem e que durante muito tempo foi pouco aproveitada. Mas ninguém nos tira o clima, onde no mesmo dia se pode ver neve, ir à praia e passear no parque: isto é ver três estações no mesmo dia. Temos temperaturas das águas marítimas para todos os gostos, a beleza da costa portuguesa com uma média de 1750Km, as paisagens mais belas de se ver, a cultura, os locais históricos e monumentos por todo o Portugal continental, mas mais a norte, temos a hospitalidade do povo português. Temos das melhores infraestruturas para a prática de desportos náuticos, desportos radicais e outros, excelentes campos de golf, são estes alguns dos principais fatores de atração de turismo para Portugal, desde há muito tempo. Mas não podemos esquecer o turismo religioso, cultural, de negócios, das melhores salas de congressos por todo o país, mas especialmente em Lisboa. Tudo isto são tipos de turismo que se diversificaram após o crescimento do número de turistas.

Tudo aconteceu com a aposta na fusão das 22 regiões que existiam. Nessa altura, Lisboa e Porto não faziam parte de nenhuma região, e o ministro da Economia de então, Carlos Tavares, do Governo de Durão Barroso, teve a coragem de dar um abanão no setor. Muito criticado pelos parceiros e todas as regiões. Recordo-me que o Congresso das Regiões e Turismo, na altura no Centro de Congressos em Lisboa, foi palco para uma troca de palavras entre os que apoiavam a ideia e os que eram contra. Havia uma forma medíocre de promoção e sem qualidade com tanta região. Não havia massa crítica e era um desastre a promoção externa, pouco ou nada eram ouvidos. Era como dizer a um lisboeta, “eu sou de Castelo de Neiva”, em vez de dizer “eu sou de Viana do Castelo”. É mais fácil identificar a cidade e não uma freguesia, mas era a forma como se promovia o país em termos turísticos. Com a fusão das 22 regiões nasceram cinco regiões (Turismo do Porto e Norte de Portugal, Turismo Centro de Portugal, Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Turismo do Alentejo e Região de Turismo do Algarve), com outra força e dinamismo. Apostou-se na promoção externa e rapidamente se notou o crescimento. Passou-se a construir hotéis entre outros equipamentos turísticos e a reconstruiram-se casas históricas para turismo de habitação, que deram um salto qualitativo ao turismo e ao país, que continua em alta. Abriram-se excelentes restaurantes, formaram-se pessoas para melhorar o atendimento etc., o turismo era grande, mas deu um salto. Agora é só manter a qualidade.

Para terminar, o turismo também nos ensina muito a sermos diferentes, mas temos que nos dedicar e apostar na qualidade, saber ser e perceber.
Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS

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