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Україна – суверенна і вільна країна

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De uma forma simbólica escrevi acima em ucraniano – A Ucrânia é um país livre e soberano. Conheci uma grande comunidade de ucranianos num passado não muito longínquo, em Portugal, e tenho a melhor memória deles – honestos, trabalhadores e muito sociáveis. Mas não será isto que está em causa, hoje a sociedade não se importa muito com o parágrafo anterior. Vivemos num mundo cada vez mais diferente e indiferente.

O facto é que a Rússia atacou a Ucrânia e ainda não sabemos, ninguém sabe, quais as reais intenções de Moscovo. Alguém se atreve a dizer, de forma clara, e explicar quais os verdadeiros objetivos de Vladimir Putin? Não será plausível comparar este modus operandi a Hitler, Estaline ou mesmo Kim Jong-un? Vi imagens de civis e militares mortos e só isso é razão para revolta, mas também destruição de edifícios, infraestruturas militares e civis. Parece claramente que o mundo ocidental não estava preparado para um cenário geopolítico desta dimensão. Os nossos governos e governantes falharam redondamente e é unânime dizer-se que a Ucrânia foi deixada sozinha e os países do “bem” pouco ou nada fizeram. Não me parece que todas estas manobras militares sejam, simplesmente, para anexar meia dúzia de metros de terra. Será que o mundo não vê que a Rússia pretende transformar a Ucrânia naquilo que já tinha feito com a Bielorrússia e o Cazaquistão? Onde estávamos todos quando em 2008, a Rússia invadiu a Geórgia e a Crimeia?

A guerra na Geórgia teve a curta duração de apenas cinco dias, mas morreram 500 pessoas, aproveitando a Rússia, ao tempo, para anexar as províncias da Ossétia do Sul e da Abecásia, por acaso as zonas mais ricas, não esquecendo a capital importância da ligação ao Mar Negro. E onde estão agora os 160 mil georgianos que tiveram que abandonar o seu país, a sua terra natal? Muitos como refugiados no seu próprio território, outros amargurados longe das suas famílias. Em 2014, as forças armadas soviéticas invadem a Ucrânia, anexando a província da Crimeia, uma zona de enorme importância estratégica, mas também cultural e económica.

Infelizmente, parece que o mundo só agora percebeu que estamos em guerra, esta começou com tudo aquilo que de mau pode trazer para a economia, pelo menos como estamos habituados a vê-la. O leitor acha mesmo que foi só uma coincidência este conflito ser despoletado depois da pandemia? Isto se esta pandemia já acabou…

Deixem-me agora falar-vos de sanções. É profundamente sabido que na Europa uma esmagadora maioria dos países continuam dependentes do gás russo, sendo que a maior potência europeia, a Alemanha, depende deste quase exclusivamente. Os Estados Unidos da América têm um Presidente fraco, débil, sem força e liderança nem coragem para fazer frente a Putin, que tem feito a seu bel-prazer o que quer, como já foi dito atrás, invadindo países democráticos e soberanos. Sejamos claros, as sanções económicas são insuficientes para travar um conflito desta escala e nem está em causa a solidariedade com a Ucrânia por parte do ocidente. Parece óbvio que estas sanções à Rússia farão com que os preços da energia fiquem insuportáveis e a economia vai ficar no vermelho. E o grande problema é que os países democráticos não sabem como lidar com autocratas (líderes de um regime político em que as leis e decisões são baseadas nas convicções do governante). Na autocracia, o poder do líder é absoluto e ilimitado, e o governo acaba por ter as suas políticas confundidas com as ações pessoais do autocrata, como uma personalização do poder. Os autocratas no poder estão claramente próximos – Moscovo aproximou-se de Pequim e podem ter apoio de outros países e não será de estranhar uma aliança para atacar Taiwan, em breve. O Presidente russo nunca viu com bons olhos o reforço da NATO que, desde os anos 90, chamou a si países de leste com as adesões de Estónia, Letónia, Lituânia, Hungria, República Checa e Polónia. Os três primeiros pertenciam à antiga União Soviética. E Putin nunca gostou do desmembramento da União Soviética, chamando-lhe o maior erro geopolítico do século passado. E temos aqui uma das possíveis explicações, se é que é possível, para este conflito. A civilização ocidental não tem na sua maioria de países uma cultura bélica. A não ser os Estados Unidos da América, Reino Unido e França a generalidade dos restantes nem sequer lhes passa pela cabeça a possibilidade de ter dentro dos seus territórios uma guerra. Aliando a isto as restrições que o pós-guerra deu à Alemanha. Quem nos defende?

O Presidente Putin alterou a Constituição russa e pode agora governar até morrer, qual líder totalitarista. Boris Nemtsov, Alexei Navalny, Alexander Litvinenko, Pyotr Verzilov, todos morreram tragicamente, todos assassinados pelo mesmo regime, e isto não foi passado há séculos, mas sim há dias. Só uma forte aproximação dos Estados Unidos da América e do Reino Unido à União Europeia e fazer da NATO o pilar de unidade poderá resolver este problema. Lembro a célebre frase de Churchill segundo a qual um apaziguador é aquele que vai alimentando um crocodilo na esperança de ser o último a ser devorado.

Vítor M. Silva/MS

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