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O enorme impacto das guerras

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O impacto ambiental das guerras e da atividade militar é de proporções gigantescas.

Desde a poluição provocada pela intensa e maciça movimentação de veículos militares, terrestres, marítimos ou aéreos, passando por bombardeamentos, minas, produtos químicos, radioatividade, substâncias tóxicas, metais pesados, destruição de habitats, destruição de instalações industriais, etc.; testes com armas de toda a espécie, desde nucleares a químicas ou biológicas, fazem da atividade bélica um verdadeiro flagelo seja para o Homem ou para a natureza em geral.

A contaminação de solos, água e atmosfera durante uma guerra ou operações de combate perdura durante décadas. São poucos os estudos de divulgação pública sobre os impactos provocados pelas guerras e sobre as armas utilizadas, no entanto, os poucos existentes comprovam os piores receios. Alguns dados podem encontrar-se no “site” www.unenvironment.org das Nações Unidas, e a própria organização instituiu o “Dia Internacional para Prevenir a Exploração do Meio Ambiente em Guerra e Conflitos Armados”, que tem data fixada a 6 de novembro.

Além das bombas e mísseis de toda a estirpe, que deixam um rasto de contaminantes em todo o ambiente, também a destruição de estruturas básicas de saneamento ou de distribuição de água e energia provocam uma dificuldade acrescida nos pós-conflitos, levando a poluição a extremos inadmissíveis. A título de exemplo, o Iraque tem sido zona de conflito bélico durante décadas, acumulando destruição ambiental desde a Guerra Irão-Iraque em 1980, passando pela Guerra do Golfo em 1991 e continuando com a Guerra do Iraque em 2003, para falar apenas nas mais violentas e de larga escala. A lista de eventos poluidores nesse território é enorme: poços de petróleo a arderem durante meses, milhares de toneladas de substâncias tóxicas libertadas por bombas e explosivos, destruição de estruturas de saneamento básico, destruição de indústrias que levou à libertação de toda a espécie de elementos nocivos. Conclusão: ar, água e solos contaminados numa escala incomensurável.
As máquinas da guerra têm também de fazer os seus testes e ensaios, os exemplos mais conhecidos são com certeza a Área 51, nos E.U.A., ou o Atol de Moruroa na Polinésia Francesa, pelos testes nucleares realizados nesses locais. Só no Atol de Moruroa a França realizou 46 detonações atmosféricas e 150 subterrâneas entre 1966 e 1974. Em muitos e diversos locais no planeta foram realizados testes nucleares, a maior parte deles em segredo, não existe sequer um número fiável e comprovado de quantos locais e quantos testes foram realizados até hoje.

Todas as indústrias e atividades associadas ao belicismo são das mais poluentes que se possam imaginar, os impactos ambientais começam no desenvolvimento e produção de armas e não terminam quando as guerras cessam, além dos contaminantes e da destruição ambiental, existem depois os apetrechos de guerra que se tornam obsoletos ou tecnologicamente são ultrapassados e que se amontoam em sucatas, que são abandonados de qualquer forma ou desmantelados de maneiras que são tudo menos controladas.
Os orçamentos relativos a armamento são astronómicos, pagam claro está, todos os contribuintes deste planeta. Veja a tabela ao lado.

Se todo este esforço fosse direcionado para a paz e desenvolvimento imaginem o planeta que teríamos.
Muito aguenta este planeta com a atividade irracional de uma espécie que se autointitula de Sapiens Sapiens, mas de sapiência não parece ter nada, e que não percebe que vai comprometendo a sua própria existência e de toda a vida na Terra.


Em 2020 os 10 maiores orçamentos com forças armadas foram: (valores em milhares de milhões de USD).

1. U.S.A – 778,23;
2. China – 252,30;
3. Índia – 72.89;
4. Rússia – 61,71;
5. Reino Unido – 59,24 ;
6. Arábia Saudita – 57,52;
7. Alemanha – 52,76;
8. França – 52,75;
9. Japão – 49,15;
10. Coreia do Sul – 45,74

O Canadá ocupa a posição 13 com um gasto de 22,75 mil milhões de USD.

Portugal ocupa a posição 41 com um gasto de 4,64 mil milhões de USD.

Fonte: Stockholm International Peace Research Institute.


P.S. primeira versão deste artigo publicado no Milénio Stadium em janeiro de 2020

Paulo Gil Cardoso/MS

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