Festival de Cannes começa com emoção, espetáculo e bom cinema
Juliette Binoche emociona-se ao entregar prémio à atriz americana Meryl Streep no arranque da edição deste ano.
Normalmente, as cerimónias de abertura do Festival de Cannes são sensaboronas, por vezes mesmo patéticas, tentando imitar o que de apelativo e espetacular tem por exemplo a entrega dos Oscars. Pois bem, a edição 77 do Festival de Cannes não podia ter começado melhor, com um momento musical que constituiu uma surpresa para a presidente do júri, Greta Gerwig, uma sentida entrega da Palma de Ouro de carreira a Meryl Streep e um bom filme de abertura, o que também não tem sido o caso, servido pela irreverência de Quentin Supeiux.
Vamos por partes. A cerimónia, que decorreu ao fim de uma tarde chuvosa em Cannes, que mesmo assim não impediu todo o glamour da subida da famosa passadeira vermelha, começou como é hábito com a apresentação do júri que vai julgar os 22 filmes a concurso, entre os quais “Grand Tour”, de Miguel Gomes, e distribuir todos os prémios do palmarés, culminando com a tão desejada Palma de Ouro de 2024.
Este ano, a escolha para presidente do júri recaiu em Greta Gerwig, atriz, argumentista, produtora e realizadora, cuja carreira no cinema independente culminaria com o estrondoso sucesso de bilheteira que foi a sua “Barbie”, no ano passado. Ora, depois de se terem passado em revista alguns momentos icónicos da ainda curta mas já fantástica carreira de Gerwig, foi-lhe anunciada uma surpresa.
A jovem cantora Zaho de Sagazan entrou na sala do Palais a cantar o tema “Modern Love”, de David Bowie, que fez parte da banda sonora de um dos filmes de Gerwig. Um momento sublime, de grande espetáculo e que emocionaria a própria presidente do júri, que acabaria também a cantar juntamente com Zaho.
De emoção em emoção, seguiu-se a chamada ao palco de Juliette Binoche, que chamaria então Meryl Streep, para receber a Palma de Ouro de carreira deste ano. Antes, vimos uma impressionante montagem dos melhores momentos da carreira da atriz e Binoche leria um discurso que ela própria escreveria e que a levaria às lágrimas, face à que é um símbolo maior para qualquer ator ou atriz deste mundo.
Depois de Binoche e Streep anunciarem oficialmente a abertura do festival, segui-se o cinema. E bom cinema, felizmente. Exibido fora de concurso e em estreia já a partir de hoje em todas as salas francesas, “Le Deuxième Acte” é o novo filme de Quentin Dupieux, cujo trabalho anterior, “Daaaaaalí!!, estreia esta semana em Portugal.
Redes Sociais - Comentários