O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Mariano Grossi disse que “é tempo de agir”, na sequência do ataque que danificou um edifício da central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia.
Em conferência de imprensa, Grossi disse que “os sistema de segurança dos seis reatores da central não foram de todo afetados” e que “não houve fuga de material radioativo”. O diretor-geral da AIEA, confirmou que “durante a noite um projétil atingiu um edifício no complexo” daquela central nuclear, considerada a maior da Europa.
Rafael Mariano Grossi sublinhou, ainda, que “os medidores de radiação estão funcionais”, sem adiantar se havia alterações dos níveis de radioatividade, que, segundo os EUA, se mantiveram aos níveis anteriores ao ataque.
Grossi disse, ainda, que “os sistemas de segurança dos seis reatores não foram de todo afetados” pelo incêndio, extinto pelos bombeiros, cerca das 6.20 horas desta sexta-feira. ““Duas pessoas ficaram feridas, são membros da segurança, não faziam parte da equipa de gestão ou de técnicos” daquela central.
Segundo o diretor-geral da AIEA, apenas um dos reatores, o número 4, está a trabalhar. O projétil, que “terá sido disparado pelos russos”, segundo Grossi, atingiu um edifício administrativo a cerca de um quilómetro dos reatores.
O diretor-geral da AIEA explicou que dos seis reatores, apenas um estava em funcionamento, o tal número 4. “O 1 está em manutenção, o 2 e 3 fechadas por segurança, o 5 e 6 de reserva”, disse Grossi.
Grossi, que disse estar em contacto com o regulador nuclear ucraniano, garantiu que a central de Zaporizhzhia continua a ser operada por técnicos ucranianos, apesar de controlada por tropas russas.
O diretor-geral da AIEA recordou uma reunião havida esta semana, do Conselho de Diretores da Agência, na qual foram estabelecidos os sete pontos-chave a respeitar. Como primeiro ponto, “a integridade física das instalações nucleares” foi “claramente posto em causa”, Grossi disse que “é chegado o tempo de agir”.
Grossi disse que a “Ucrânia enviou um pedido de ajuda urgente” à AIEA. “Tendo em conta os riscos que corremos”, a Agência contactou a Federação russa para “autorizar a deslocação para um encontro, com a máxima urgência” na central nuclear de Chernobyl, de momento sob controlo dos russos.
JN/MS
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