O Medo da Recessão
Muitos não gostam da palavra, mas devemos ter medo dela e sobretudo respeitá-la como algo que em breve marcará a vida de todos nós. Temos que contar cada vez mais com um Estado no papel de Estado, nas vertentes de ajuda às famílias, um serviço nacional de saúde forte e uma aposta sem contemplações no ensino. Não me refiro somente ao Canadá, nem tão menos a Portugal, mas sim a todo o mundo. Esta aposta política centrada nos cidadãos tem que ser efetuada numa escala global. Quem está atento à política e economia dos Estados Unidos da América reparou que a reserva federal norte-americana teve uma contração do PIB de 0.9% e não venham com a desculpa da Guerra e da Covid. É oficial! O Grande País – Estados Unidos da América -está em recessão. Ponto.
Estou muito receoso e acredito que se não existir uma mudança de políticas, sem as desculpas que referi anteriormente, este seja um caminho sem volta.
Mas se analisarmos outro importante país, como é o caso da Inglaterra, percebemos facilmente que, com a taxa de juro elevada a 0.50 % para um valor de 1.75%, está perto também da recessão. Aliás, o que já vinha sendo previsível com os sinais dos mercados. Aliás, o próprio Banco Central inglês prevê uma inflação de 13%, leu bem 13%.
Vamos ver os preços a subir (até quando?) com um déficit de oferta. Todos sabemos da falta de alguns materiais, comida e material imobilizado.
O palavrão estagflação que é não mais que uma inflação descontrolada, uma grande onda de desemprego e uma desenfreada contração da economia, veio para ficar.
Repito – é hora de os governos pensarem mais ou até só nas pessoas, mas ao pensar nestas não mintam ou melhor não lhes omitam dados.
Em vez das guerras esquerda/direita vamos ocupar o tempo a arranjar estratégias de governabilidade. Os nossos descendentes merecem isso. Que tipo de mundo nós lhes vamos deixar? Um caos, onde será dente por dente? E, desta vez, quem vai sofrer serão os grandes países emergentes, mas claro que todos os outros vão ser arrastados por este tsunami. O mundo precisa de novos acordos, de novas parcerias comerciais. O mundo precisa de solidariedade. Para quem ainda não se deu conta, estamos no meio de uma crise global.
O tal medo é real, já não são fantasmas que nos assustam, são realidades. Como é possível a maioria dos Bancos Centrais não querer falar sequer deste tema? O que escondem?
Parem de enganar as pessoas a dizer que estamos a viver uma desaceleração natural do crescimento económico. Mas que crescimento? Estamos numa descida acentuada sem travões. Desculpem o tom dramático do meu texto. Mas é a realidade.
“Recessão é quando o seu vizinho perde o emprego, depressão é quando você perde o seu”. Harry S. Truman
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