Guerreiras
O que adianta partilhar imagens de feridas abertas
Enquanto te sentas confortável de cerveja na mão
Hashtags pelo fim de uma Guerra com consequências ainda secretas
Um tiro que o virtual nunca tvai perceber quem afeta
Empatia não chega quando há homens a lutar sem saber o que isso é
Muito menos por que motivo, por que razão, tudo na má-fé
Egos inflamados a destruir famílias, mulheres que se perdem no chão
A fugir com filhos de uma guerra que não lhes pertence, enquanto o inimigo vence
Mas isso nunca vamos entender, estamos longe dessa visão
Não somos nós que pomos filhos num caixão
Líderes esquecidos que nasceram de um ventre
Sem respeito por quem lhes deu a vida
Focam-se no poder para que nada os desconcentre
Enquanto apagam seres a quem a luz foi prometida
Mulheres são sinónimo de determinação, de resiliência, de força
Fibra de Deuses, garra natural
Lágrimas que caiem enquanto levantam o queixo para enfrentar quem as destroça
Numa tentativa de lhes tirar o que lhes é especial
Pensam eles que elas desistem, sem saber que mulher é fruto de uma bênção
Pensam eles que elas desistem, mas mulher é guerreira em constante ascensão
Pensam eles que elas desistem, mulher é o poder que não precisa de menção
Que nunca saibamos o que é ser homem em cenário de guerra
Mas que nunca saibamos o que é ser mulher a fugir de quem berra
Num silêncio ensurdecedor que vai além de qualquer serra
Com sirenes do desespero a tocar para que se corra rápido à procura da paz
Mesmo que não se seja capaz
De ter a energia para carregar uma vida inteira em dois braços
E os filhos no regaço
À procura de reconstruir uma vida partida aos pedaços
Catarina Balça/MS
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