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Seca Histórica na Europa

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No final de 2022 corria a notícia de que Europa sofria a pior seca desde o ano 1500, 2023 adivinha-se pior.
A ausência de chuva e temperaturas elevadas têm sido recorrentes nos últimos anos, já o ano de 2018 tinha sido o pior ano em 5 séculos, situação agravou-se em 2022 e prevê-se que 2023 será ainda pior. Podíamos pensar que um bom ano de chuvas poderia compensar anos anteriores de seca, tal não é verdade. Devido à incidência de vários anos, ainda que interpolados de seca, não serão anos com maior pluviosidade que poderão repor a humidade nos solos e permitir a recuperação dos ecossistemas. Como nas guerras… destruir é fácil e rápido, reconstruir é demorado e difícil. O Instituto de Geodesia da Graz University of Technology, Autríaco, veículou a informação de que os níveis de águas subterrâneas na Europa se têm encontram extremamente baixos desde 2018, “mesmo que eventos climáticos extremos com inundações deem temporariamente uma impressão diferente”.

A partir de dados veiculados pelo Centro de Investigação Comum da União Europeia na sequência da reconstituição do paleoclima relativa ao ano de 1540, tido como o ano da mais grave seca na Europa nos últimos 500 anos, verifica-se que 2018 foi tão mau ou pior que esse ano. Ora, 2022 parece ter sido ainda pior, estando a análise de dados ainda em curso. Para 2023 não se espera nada melhor, isto considerando o primeiro trimestre do ano, uma vez que a chuva teima em não aparecer no Velho-Continente e as elevadas temperaturas continuam a bater recordes. Em Portugal no passado dia 27 de abril foram batidos recordes anteriormente registados em 1945 para esse mês, que tinha sido de 36ºC no Pinhão, tendo sido ultrapassado em 5 estações meteorológicas: Mora 36,9ºC, Amareleja 36,7ºC; Neves Corvo 36,5ºC, Alcácer do Sal 36,3ºC; Alvalade/Sado 36,2ºC, Portel 36,1ºC.

Citando o relatório do European Drought Observatory (EDO) (https://edo.jrc.ec.europa.eu/edov2/php/index.php?id=1051), Europe – March 2023:

  • “A maior parte do sul e oeste da Europa é afetada por anomalias substanciais de umidade do solo e fluxo dos rios devido a um inverno excecionalmente seco e quente.
  • O equivalente de água de neve nos Alpes está muito abaixo da média histórica e é ainda menor do que no inverno de 2021-2022. Isso levará a uma redução severa da contribuição do degelo da neve para os fluxos dos rios na região perialpina durante a primavera e o início do verão de 2023.
  • Os impactos da seca emergente são já visíveis na França, Espanha e norte de Itália e levantam preocupações sobre o abastecimento de água, agricultura e produção de energia.
  • As previsões sazonais mostram uma primavera mais quente do que a média na Europa, enquanto as previsões de precipitação são caracterizadas por maior variabilidade espacial e incerteza. Monotorização rigorosa e planos adequados de uso da água são necessários para lidar com uma estação que atualmente apresenta alto risco de ser crítica para os recursos hídricos.”

Adivinha-se a elevada probabilidade de a Europa, e especialmente a região mediterrânica e Península Ibérica, virem a ter mais um verão extremo, à imagem de 2022.

É imperativo promover uma rigorosa utilização da água, e desde já planear e implementar planos de contingência para o consumo de água pelas populações, agricultura, indústria e produção energética, assim como o eventual risco elevado de incêndios rurais e florestais.

O cenário de seca extrema na Europa tem sido recorrente nas últimas décadas e prevê-se a sua continua incidência e agravamento nos próximos anos, as alterações climáticas aí estão a criar mais uma enorme crise global provocada pela ação inconsciente e irresponsável da nossa atual civilização.

Que vida queremos, que futuro pretendemos?

Sem respeito e admiração pela natureza não conseguiremos o equilíbrio.

Paulo Gil Cardoso/MS

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