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Na Grécia antiga Hipódamo definiu 10 mil habitantes como número máximo de sustentabilidade para Atenas.
Salvaguardando as devidas distâncias e diferenças civilizacionais e tecnológicas para com a antiga civilização grega, nos dias que correm, considera-se que o número ideal para a sustentabilidade ambiental e de qualidade de vida das populações será de cerca de 25 mil habitantes para uma localidade.
Temos atualmente concentrações de:

 

CidadePaísPopulação
TóquioJapão37.843.000
JacartaIndonésia30.539.000
DeliÍndia24.998.000
ManilaFilipinas24.123.000
SeulCoreia do Sul23.480.000
XangaiChina23.416.000
CarachiPaquistão22.123.000
PequimChina21.009.000
Nova IorqueEstados Unidos20.630.000
GuangzhouChina20.597.000
São PauloBrasil20.365,000
Cidade do MéxicoMéxico20.063.000
MumbaiÍndia17.712.000
OsakaJapão17.444.000
MoscouRússia16.170.000
DhacaBangladesh15.669.000
CairoEgito15.600.000
Los AngelesEstados Unidos15.058.000
BangkokTailândia14.998.000
CalcutáÍndia14.667.000

 

Imaginem os dejetos diários destes números de pessoas a serem produzidos e despejados num único local, pois é isso mesmo que acontece. Qual a capacidade de absorção e encaixe da natureza relativamente à astronómica quantidade de resíduos num espaço muito limitado?
A sustentabilidade ambiental e a gestão de recursos são impossíveis de gerir equilibradamente e eficientemente nestas enormes escalas. Se pretendemos que a civilização humana perdure teremos de estabelecer regras e limites, por mais que nos custe, teremos de regular urgentemente a forma como criamos aglomerados urbanos.
As grandes aglomerações têm uma série de problemas. Em termos ambientais destaca-se a poluição de diversa ordem, como a qualidade do ar, resíduos urbanos, dejetos, etc.. No que se refere a impactos diversos, temos impermeabilização de solos, destruição de habitats, etc., mas também existem enormes problemas como o fornecimento de recursos aos grandes aglomerados, sejam eles de água, energia ou alimentação. As Nações Unidas referem as grandes concentrações de população como a principal causa de escassez de água.
Os problemas sociais são também eles exponenciados pelas grandes concentrações de população, a criminalidade, o desemprego, doenças do foro psicológico, doenças transmissíveis, etc., etc.. O risco de vítimas de cataclismos, como terramotos, cheias, incêndios, e outros, é muitíssimo mais elevado.
A pegada ecológica de centros urbanos superpopulosos é imensamente maior que a de aglomerados pequenos, o esforço logístico de abastecimento de alimentação, por exemplo, ou o dispêndio de energia numa metrópole é incomparavelmente maior do que para o mesmo número de habitantes espalhados por centenas de aldeias ou vilas. O facto de as cidades não conseguirem produzir quase nada do que consomem é uma das principais razões para a sua não sustentabilidade.
Voltando à Grécia Antiga, há mais de 2 mil anos, os pensadores e gestores das cidades-estado como Atenas, percebiam perfeitamente os problemas relativos a grandes concentrações de habitantes, determinando qual o número de almas que poderiam viver nos seus limites, olhando especialmente à produção de alimentos e à eficácia de defesa aquando de situações de guerra. Quando se atingia o número máximo admissível de sustentabilidade, os habitantes eram movidos para a criação de novas cidades ou colónias, tendo elas próprias os seu números-limite definidos.
Com toda a nossa evolução de conhecimento e de tecnologia, porque razão nos esquecemos de princípios tão básicos? Como permitimos que as aglomerações sejam espontâneas e caóticas?
Aumentam diariamente as minhas dúvidas relativamente à sapiência que reclamamos ter. Os caminhos que trilhamos são becos sem saída para a nossa existência e para a continuidade da vida na Terra.

 

Paulo Gil Cardoso/MS

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