Vítor M. Silva

Os desafios do Trabalho Híbrido

 

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A pandemia COVID-19 não deixou um mundo igual. Provocou transformações em tantos e tantos setores, sendo o do trabalho um dos mais significativos. Em todo o planeta, as empresas tiveram que se adaptar com a solução dos seus trabalhadores executarem as suas tarefas a partir de casa, sendo isto possível não só para estes não serem dispensados, como para as entidades patronais não terem de fechar portas. Não sou um defensor do trabalho a partir de casa, mas penso que veio para ficar. Admito que tenha algumas vantagens, mas as desvantagens são muitas, como vou descrever adiante.

Muitas empresas estão agora a receber de novo os seus trabalhadores, principalmente, em escritórios. Mas muitos destes pedem para que os seus patrões optem pela execução do seu trabalho de uma forma híbrida. Para quem não está familiarizado com o conceito, trabalho híbrido é a combinação entre o trabalho presencial e o trabalho remoto, por outras palavras trabalhar em casa e trabalhar num escritório de uma empresa, por exemplo divididos em diferentes dias e épocas.

Existem situações em que a empresa determina quantos dias e em que períodos o trabalhador opera a partir de casa, mas (pasme-se o meu fiel leitor) que o colaborador muitas das vezes é que impõe essas condições. Compreende-se com alguma facilidade que a poupança no combustível para a deslocação para o seu posto de trabalho, assim como quem tem crianças em idade que suscite maiores cuidados, é uma vantagem para quem trabalha na sua própria residência. Quando o resultado de um estudo de opinião dita que 83% dos trabalhadores preferem o trabalho híbrido vemos o quanto mudou o mundo laboral em escassos dois anos. Não me revejo neste novo sistema laboral por diversas razões. Onde fica a segurança de dados e documentos confidenciais? Mesmo os ataques informáticos ficam mais fáceis, pois não é possível proteger todas as casas e isso seria dispendioso e impraticável. O controle das funções de cada um sofre também um decréscimo de credibilidade.

As relações pessoais são muito importantes, é necessário um esforço de grupo para ultrapassar específicas dificuldades. Se estamos a trabalhar cada um de sua casa, tornamo-nos obviamente mais egoístas também no desempenho das nossas tarefas diárias. Não creio que seja saudável estar 24 horas no mesmo local, acredito piamente que para a saúde mental dos colaboradores a interação pessoal, usufruir de um local diferente da sua casa para estar durante o dia revela-se muito mais saudável. Tenho a convicção que com o tempo, trabalhar de casa vai reduzir o número de trabalhadores e gerar desemprego, o que me preocupa significativamente. Mas uma boa notícia emerge dos estudos feitos sobre esta matéria. A Geração Z, que são os nascidos depois do ano 2000, são aqueles que mais querem trabalhar presencialmente, com 74 %. Vejo aqui uma janela de oportunidade para o futuro. No entanto, não sei se é possível voltar atrás. As empresas do setor tecnológico, quase todas têm o trabalho híbrido como norma, sem retrocesso e outras admito que lhes seguirão as pisadas. A satisfação do trabalhador tem um papel primordial nesta difícil equação, pois como diria Confúcio, “ Escolhe um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nem um dia da tua vida.”

Vítor M. Silva/MS

 

 

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