Vítor M. Silva

Os 10 erros de Montenegro

 

Prólogo
Uma série de erros não prenuncia um bom resultado final. Claramente, um governante que produza tantos erros perderá o controle da sua gestão. Estamos a falar de erros primários de nomeação. Quando ocorrem em série, perdem a capacidade de conduzir o processo político e passam a ser motivo de falta de competência política, deixando em aberto que outros atores políticos tenham destaque na oposição.

Erro 1 – Ser ingénuo e ter confiado logo no tiro de partida em André Ventura.

Erro 2 – “Pasionaria revisitada” e magrebinos, são alguns dos nomes tóxicos e conflituosos usados pelo secretário de estado dos Assuntos Parlamentares, que terá o papel de dialogar com a oposição.

Erro 3 – Deixar acontecer a pressão e influência do Presidente da República, recusando quatro dos nomes propostos para secretários de estado e ainda conseguir colocar três dos seus antigos assessores neste Governo.

Erro 4 – Será esta a “família tradicional” da qual Passos Coelho fala? Uma secretária de estado da Inclusão Social que é irmã de Marques Mendes; uma ministra do Trabalho que é mãe da Vice-Presidente do PSD e uma ministra da Justiça que é filha de José Miguel Júdice?…

Erro 5 – Riscar o progressismo mudando o logotipo do Governo, como marca clara do “voltar atrás” “piscando o olho” ao Chega.

Erro 6 – A pedra no sapato chamada CDS, que na velha AD representava 16 % e hoje não representa quase nada.

Erro 7 – A arrogância do primeiro-ministro que lidera um governo de minoria, mas age com a presunção de ter uma maioria.

Erro 8 – Depois de tanta polémica temos nova saga – Alexandra Reis II e com um argumento de cortar a respiração: uma secretária de estado da Mobilidade que recebeu uma indemnização autorizada pelo governo de Passos Coelho (2015) para sair da CP para a Autoridade dos Transportes.

Erro 9 – Erro crasso em nomear um secretário de estado das Comunidades que tentou aprovar uma alteração à lei que iria beneficiar a filha do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros. E ainda a polémica com o subsídio mensal para alojamento, por ser deputado deslocado, quando era proprietário de uma casa em Lisboa (a lembrar Maló de Abreu)

Erro 10 – Um secretário de estado da Administração Local que autorizou a venda de um terreno municipal para a construção de um hospital privado, 75% abaixo do valor de mercado.

Epílogo
Tudo isto vem demonstrar que Montenegro não tem ambição, nem sequer visão para o que Portugal precisa. Perante o irrealismo do cenário macroeconómico em que assentaram os seus pressupostos eleitorais, tenta agora preparar um discurso para o não cumprimento das promessas feitas em campanha, depois desta desorientação de nomeações.

Parafraseando Montenegro, “Não, é não”, pois, mas fazer tantos erros em tão pouco tempo parece que sim, é sim. O atual primeiro-ministro sim, não está preparado para a função e sim, não tem equipa para concretizar um bom mandato.

Ainda bem que Pedro Nuno Santos vai poder, mesmo na oposição, fazer algo pelos portugueses, começando já com as melhorias salariais para a função pública pedidas pelo Partido Socialista.

“A política é um erro de vaidade daqueles que nascem para cocheiros”
Fernando Pessoa

Vítor M. Silva/MS

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Não perca também
Close
Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER