Vítor M. Silva

Tão importante quanto saber ganhar é saber perder

 

A contagem dos votos das legislativas de 10 de março está fechada. Os resultados confirmam as previsões e as tendências antes reveladas pelas sondagens: não há maioria absoluta de um só partido ou coligação; o novo parlamento apresenta uma maioria de direita que revela vontade de mudança do eleitorado que a elegeu; o tripartidarismo é a nova realidade. Muito se tem falado nos últimos dias/semanas sobre os cenários de governabilidade que se colocam ao nosso país.

Parece-me que a solução será que cada partido assuma as suas responsabilidades, evitando bloquear o país. O mesmo país que todos os partidos têm obrigação de servir.

Assim sendo, ao(s) partido(s) do Governo exigir-se-á capacidade de negociação, de modo a serem encontrados pontos de convergência, que permitam encontrar soluções; aos partidos da oposição, a exigência é de que haja disponibilidade para esse diálogo; e que todos, com boa-fé negocial, se assumam como parte da solução. Aliás, Pedro Nuno Santos deixou claro após a audiência com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa que estaria disponível para viabilizar um Orçamento Retificativo do novo governo para assim se resolverem problemas nas carreiras e salários em vários setores. Agora ninguém espere que o Partido Socialista assine de cruz a viabilização do orçamento de estado para 2025.

Parecendo que, na comunicação social, já todos estão a pensar nas próximas eleições, qual carro que mal sai do stand desvaloriza imediatamente, uma notícia fidedigna mostrava que “os comentadores políticos nas televisões aumentaram 47% nos últimos oito anos, de 53 para 78, a maioria é de direita e apenas um quarto são mulheres…” e ainda “em 2016, havia uma ligeira vantagem favorável aos comentadores fixos de esquerda (23 contra 22), mas em 2023 a tendência mudou e o predomínio é da direita (37 contra 25)”. Isto será para pensar mais tarde, mas a média ganha eleições? Certo é que os cidadãos comuns desejam que o país seja governado, como já desejavam quando deram uma maioria absoluta nas últimas legislativas, interrompida pelo Senhor Presidente da República do alto da sua magistratura, e que todos os atores políticos, na posição que ocupam, façam um esforço sério nesse sentido.

A competência será necessária e todos, todos, todos, parafraseando o Papa Francisco, são chamados a esta missão patriótica. Vejo e sinto, como dirigente nacional do Partido Socialista, que estamos fortes e unidos e com uma grande margem de rejuvenescimento, prontos para liderar a oposição e mais do que preparados para enfrentar os combates que aí vêm. É muito importante recuperar os cidadãos que mostraram estar zangados com o PS e, sobretudo, com o rumo do país. Um deputado eleito por cada ano que passou desde o 25 de abril de 1974 tem de nos deixar pensativos, não preocupados. E quem tem a responsabilidade de ser agente político deve ter a capacidade objetiva de honrar os 50 anos de democracia e liberdade. 50 anos de conquistas que não devem voltar atrás como os direitos adquiridos pelas mulheres e o serviço nacional de saúde.

Reconquistar os portugueses descontentes não é só porque sim, essa Reconquista acontecerá porque Pedro Nuno Santos continua a ser o mais bem preparado para o fazer e o país precisa dele para continuar com reformas progressistas e trilhar caminhos para um estado social-democrata. Tão importante quanto saber ganhar é saber perder, aproveito assim para desejar o maior sucesso a quem ganhou as eleições legislativas de 2024.

“A esperança é o sonho do homem acordado.” – Aristóteles

Vítor M. Silva/MS

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