Vítor M. Silva

Comunidade Portuguesa – Vamos agir!

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Todos os políticos portugueses dizem, nos seus discursos, que as nossas comunidades são as melhores e que têm características muito próprias, sendo estas uma mais-valia. Se estivermos atentos às palavras dos governantes canadianos estes afinam pelo mesmo diapasão. Então porque não temos o apoio que merecemos de ambas as partes? Talvez por culpa destes, mas também por nossa culpa, que não procuramos lugares de decisão para fazer impor o que sente o coração e a razão de tantos e tantos lusodescendentes. Realmente a comunidade portuguesa no Canadá e, concretamente, em Toronto, parece estar a alhear-se da política e isso pode tirar, obviamente, força e expressão a tudo o que está relacionado com a “marca” Portugal. Bem sei que aqueles que abandonaram Portugal, para fazer ou refazer a sua vida, longe de casa, não o fizeram propriamente para se candidatar a um lugar político ou trabalhar de outras formas em prol da sociedade, vieram para trabalhar e desenvolver, muitos deles, empreendedorismo, o que é motivo de orgulho para todos nós e quero enaltecer desde já.

Estamos ainda a digerir os resultados das eleições municipais no Ontário, onde a comunidade portuguesa não disse presente, bem apetece dizer nem a nossa, nem outra qualquer, tendo em conta a abstenção inaceitável a rondar os 70%, mas isto será uma conversa para mais tarde.Ninguém quer apenas ouvir que temos os melhores vinhos e a melhor comida. Ainda bem que os temos, mas queremos mais que isso.
Nós queremos que a Assembleia da República e o Parliament Hill vejam a nossa comunidade como parte de Portugal e integrada completamente na sociedade canadiana, nós queremos ter uma identidade que seja distinguida pelo bem fazer, mas também pelo bem coordenar e planear.
As comunidades devem estar mais unidas que nunca, pois esta crise económica global vai-se refletir em todo o mundo, sendo verdade que, dependendo dos países e dos continentes, há mais ou menos capacidade de resposta para lidar com este grande problema e, no nosso caso particular, temos a sorte de viver num país em muito melhor situação que muitos outros.
Falo das comunidades portuguesas que terão de ter um papel crucial na resolução e ajuda aos nossos concidadãos, até como afirmação da portugalidade no mundo.
Esta crise financeira, pela qual estamos a passar, e que se vai agudizar, precisa, dado o caráter excecional da situação que estamos a viver, de um plano onde todos devem ser chamados. Este deve desenvolver um conjunto de programas e medidas excecionais para responder a esta crise, e onde a comunidade portuguesa deve mostrar-se e sair dos clubes e associações, que são importantíssimos para a sociedade e respetiva participação ativa nesta.
A relação entre os Governos de Portugal e do Canadá e a comunidade portuguesa no Canadá não pode ser uma relação de afeto à distância, tem de se consumar numa relação próxima, fulcral e onde aquilo que os lusodescendentes pensam ter de ser valorizado. Temos que chamar a atenção, provar que não estamos desatentos e inativos, vamos fazer com que entendam o que queremos e o que merecemos, vamos fazer passar o nosso discurso.
Porque temos valor, porque temos qualidade, porque somos indiferenciados, porque somos portugueses com muito orgulho. Vamos agir!

“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas
mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!”
Fernando Pessoa

Vítor M. Silva/MS

 

 

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