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Homem viajante – talvez

milenio stadium - cartoon SJ-Travel-Feb23-PORT

 

 

Os conflitos mundiais continuam a despoletar violência. Desde Otava com a ocupação do movimento dos camionistas, à Ucrânia a defender-se da invasão russa, a Austrália a acusar a China de intimidação, os Jogos de Inverno de Beijing a terminar com uma pintura da China com as cores de um país lindo, e a Turquia a querer alterar o seu nome para Turkiye; o turismo é agora uma palavra raramente mencionada graças à incerteza global. As restrições da Covid estão a causar stress em muitos viajantes ansiosos por experienciar algo novo, que possa mudar a monotonia da sua existência. Thomas Cook é considerado o pai do turismo moderno, criando uma indústria que hoje rivaliza com vários índices económicos a nível mundial.

A palavra turismo é muitas vezes incompreendida, mas na sua essência é uma oportunidade para aumentar a receita, criar milhares de postos de trabalho e desenvolver as infraestruturas de um país. O turismo promove atividades para pessoas que viajam em lazer ou em trabalho, fora do seu local habitual, com uma duração inferior a um ano. A maioria dos viajantes não compreende o que é ser um turista. A muitos falta o cuidado de se imergirem na cultura que visitam. As pessoas viajam por curiosidade sobre como o mundo se desenvolveu e para compreender a formação daqueles que construíram e sustentam a cultura.

O turismo moderno é organizado comercialmente, cada vez mais intenso, orientado para os negócios e cujas raízes podem ser encontradas no oeste industrial e pós-industrial. O fenómeno do turismo atingiu níveis tão elevados que, em 2012, mais de 1 bilião de pessoas viajaram a nível global. Economicamente, todos os setores da vida de um país são afetados pela visita de um turista, desde o setor dos transportes, aos hotéis, aos monumentos culturais, aos restaurantes e agências de viagens, a interconectividade desses componentes providencia uma transição perfeita de atividade económica de seres humanos em todo o mundo. Os países têm a responsabilidade de cativar turistas para o melhoramento económico dos seus cidadãos.

Atualmente existem mais perigos no turismo, já que as pessoas procuram cada vez mais aventuras “fora dos roteiros mais populares” para obterem a experiência perfeita dos cantos do mundo desconhecidos. Interagir com pessoas em áreas pouco desenvolvidas pode trazer perigos, incluindo a morte e rapto. Contudo, o turismo e viajar podem ser experiências altamente transformadoras que satisfaçam muitos aspetos da nossa vida. Tal como Tony Bennett afirma “eu deixei o meu coração em São Francisco” e Ella Fitzgerald “Abril em Paris” com o florescer dos castanheiros, exibindo oportunidades para se apaixonar por um lugar. E depois temos “Margarittaville” onde Jimmy Buffet o convida a embebedar-se, o que vem mesmo a calhar neste momento. Não oiça “De volta à URSS” dos Beatles, principalmente uma vez que invadiram a Ucrânia, mas pode ouvir “Lisboa” de Peter Serrado e apaixonar-se novamente.

E finalmente, temos de ir a Viana com Amália Rodrigues “Ciganos, verdes ciganos deixai-me com esta crença, os pecados têm vinte anos, os remorsos têm oitenta. Se o meu sangue não me engana, como engana a fantasia, havemos de ir a Viana, ó meu amor de algum dia.”

Por isso, leve os meus remorsos e transforme o meu corpo em pó, que deverá ser consumido pela areia de Viana (as minhas palavras).

Então… cante, Amália. Sou apenas um turista.
Viajem meus amigos. Descubram quem são.
Paz.

Manuel DaCosta/MS


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Travelling Man – Maybe

World conflicts continue to rage. From Ottawa with its convoy occupation, Ukraine defending itself from a Russian invasion, Australia accusing China of intimidation, Beijing Winter Olympics ending after painting China with colours of a beautiful country, and Turkey wants to change its name to Turkiye; tourism is a word now rarely used because of global uncertainty. Covid restrictions are stressing many would-be travellers eager to experience something new, which could change the monotony of their existence. Thomas Cook is credited with being the father of modern tourism, creating an industry which today rivals many economic indices throughout the world.

The word tourism is often misunderstood but in essence it’s a function that boosts revenue, creates thousands of jobs and develops the infrastructure of a country. Tourism promotes activities of people traveling for pleasure or business outside of their usual place for less than a year. Most travelers do not understand what being a tourist is. Many lack the care to immerse themselves in the cultural they visit. People travel because of curiosity about how the world developed and to understand the background of those who built and sustain culture. Modern tourism is a commercially organized, increasingly intensive, business oriented activity whose roots can be found in the industrial and post-industrial west. The phenomenon of tourism reached such levels that in 2012 more than 1 billion people travelled globally. Economically, every aspect of a country’s life is affected by a visiting tourist, from transportation, hotels, cultural sites, restaurants and travel agencies, the interconnectivity of those components provides a seamless economic activity transitioning of humans across the globe. Countries have a responsibility to engage their tourists for the economic betterment of their citizens.

There are many dangers with tourism today as more people seek adventures “off the beaten track” to get the perfect experience of undiscovered corners of the world. Interacting with people in underdeveloped areas can bring dangers, including kidnapping and death. But travelling and tourism can be a highly meaningful experience satisfying many aspects of our lives. As Tony Bennett says, “I left my heart in San Francisco” and Ella Fitzgerald’s “April in Paris” with its chestnut blossoms, presenting opportunities of falling in love with a place. And then there is “Margarittaville” where Jimmy Buffett invites you to waste away, which is much needed right now. Don’t listen to “Back to USSR” by the Beatles, particularly since they have invaded Ukraine but do listen to Peter Serrado’s “Lisbon” and fall in love again.

And finally, we have to go to Viana with Amalia Rodrigues “Ciganos, verde ciganos deixai-me com esta crença, os pecados têm vinte anos, os remorsos têm oitenta”. “Se o meu sangue não me engana, como engana a fantasia, havemos de ir a Viana, ó meu amor de algum dia.”

So, take my remorse and turn my body to dust, which should be consumed by the sand of Viana (my words).
So… Sing, Amalia. I’m only a tourist.

Travel my friends. Find out who you are.
Peace.

Manuel DaCosta/MS

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