Portugal

CP com lucros “pela primeira vez na sua história”

Greve dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses
Um comboio à chegada à estação de Belém, durante mais um dia de greve dos Maquinistas da Comboios de Portugal (CP), em Lisboa, 06 de abril de 2023. O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) convocou uma greve na CP, durante todo o mês de abril, face à “desconsideração” de que acusa a empresa. Entre as reivindicações dos trabalhadores estão “aumentos salariais efetivos”, a “valorização da carreira da tração” e a melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

 

A CP – Comboios de Portugal registou lucros de oito milhões de euros no ano passado, atingindo assim resultados positivos “pela primeira vez na sua história”, indicou a transportadora ferroviária, em comunicado.

A CP informa que “em 2022, alcançou um marco histórico ao obter, pela primeira vez, um resultado líquido positivo de 8 milhões de euros”.

“O inédito resultado líquido positivo de oito milhões de euros, simboliza um avanço de 22 milhões de euros em comparação com 2021” e regista-se “num contexto de aumento expressivo dos custos com energia para a tração dos comboios”, refere a empresa, acrescentando que “estes gastos aumentaram mais de 28,5 milhões de euros em apenas um ano”.

A transportadora atingiu mais de 148 milhões de passageiros transportados no ano passado, “sendo este o maior número de passageiros dos últimos 20 anos”, destacou, indicando que se observou “um aumento de 2,2% no número de passageiros transportados” em comparação com 2019, no período pré-pandemia.

Segundo a CP, os urbanos de Lisboa “destacaram-se com um crescimento notável de 6,7%, enquanto os serviços regionais registaram um aumento significativo de 5,1%. Além disso, o impacto do PART [Programa de Apoio à Redução Tarifária] foi crucial para um incremento de aproximadamente 12% nos títulos mensais”.

A CP disse ainda que no ano passado “alcançou um índice de regularidade de 97,5%”, sendo que “ao longo das mais de 421 mil circulações realizadas, houve 11 mil supressões, sendo 9 mil consequência de greves”.

A transportadora destacou que, “excluindo o impacto das greves, a regularidade atingiria um índice de 99,5%”, sendo que no que diz respeito à pontualidade, “esta alcançou 80,7%”.

A CP realçou que “aproximadamente 71% dos atrasos foram causados por fatores externos à CP, como, por exemplo, obras de modernização na infraestrutura ferroviária”.

Segundo a CP, “a melhoria da pontualidade e a diminuição do número de supressões são fruto da estratégia de recuperação de material circulante, uma abordagem que proporciona benefícios significativos: como a reutilização de material previamente abandonado, que se encontra em excelente estado, otimizando recursos e aumentando a eficiência da CP”.

A transportadora indicou que “a importância da recuperação de material circulante não pode ser subestimada, pois permitiu ainda à CP devolver algumas das automotoras da série 592 a Espanha”, explicando que “esta foi uma ação estratégica que resultou numa poupança de vários milhões de euros, demonstrando o compromisso da empresa em otimizar recursos e melhorar a eficiência financeira”.

A empresa disse ainda que “para os resultados de 2022, contribuiu também a fusão da EMEF na CP, que criou sinergias e proporcionou benefícios significativos, melhorando a integração e otimização dos serviços prestados”.

Além disso, “a incorporação de recursos e conhecimentos técnicos, a agilidade na tomada de decisões e a eliminação de redundâncias, permitiram aproveitar economias de escala, resultando em melhorias significativas na eficiência”.

Esta fusão “permitiu ainda a expansão das atividades comerciais”, possibilitando que “a CP internalizasse a revisão de ‘bogies’ [componente ferroviário], que estava a ser realizada por uma empresa espanhola, trazendo maior eficiência e controle de qualidade às operações”.

A CP passou ainda “a fornecer serviços de manutenção de ‘bogies’ também para empresas ferroviárias espanholas, expandindo o seu alcance e fortalecendo a sua posição no mercado”.

A transportadora destacou também a abertura das oficinas de Guifões que “desempenhou um papel fundamental, ao somar à recuperação de material circulante, a realização de manutenções que, anteriormente, seriam entregues a empresas externas”.

De acordo com a transportadora, a internalização de vários serviços, como da Rádio Solo-Comboio e grande parte dos serviços de marketing, permitiu à CP “economizar dezenas de milhões de euros”.

O presidente da CP – Comboios de Portugal, Pedro Moreira, citado na mesma nota, disse que “os resultados positivos alcançados são fruto de políticas de gestão prudentes e focadas na sustentabilidade e do papel crucial dos trabalhadores da empresa, fundamentais na conquista deste resultado histórico”.

“Este marco histórico evidencia também a gestão cuidada dos recursos financeiros, oriundos de fundos públicos. Tal comprometimento ilustra o senso de responsabilidade da empresa em aprimorar a eficiência, minimizar custos e assegurar a sustentabilidade das suas operações”, referiu.

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