Augusto Bandeira

O crime nos transportes públicos acontece porquê?

 

transportes - milenio stadium (1)

A evolução dos mesmos e as tecnologias modernas são parte da culpa… será que são?

E aqui estamos nós a falar, opinar sobre assuntos que, no final, vão dar ao mesmo resultado do que muito se tem falado no passado recente. Os antigos, e isto se recuarmos uns largos anos, eram muito inteligentes, sem máquinas e nenhuma tecnologia conseguiam fazer o que hoje é muito difícil colocar em prática ou de se controlar. Houve uma evolução muito grande no que toca a transportes, desde as carruagens de tração animal, passando pela modernização das máquinas a vapor, elétricas etc., até às inovações tecnológicas, não quer isto dizer que tudo estava certo e hoje é exatamente a mesma coisa.

Todos queremos evolução, mas já no passado se dizia que o Homem tanto que ia inventar que acabaria por não conseguir proteger-se a ele próprio com tanta evolução no campo das tecnologias, mas foi e continua a ser em tudo. Falava-se que as máquinas seriam a destruição e as culpadas por muitos dos crimes. Hoje a nível mundial começa a acontecer um pouco do que se falava nos tempos das outras senhoras, que muitos hoje pensam que eram e são antiquados.

O problema é que crimes como hoje se vê não aconteciam, será que eles até tinham razão ou é mera coincidência o que se vive na sociedade atualmente? São crimes provocados por seres humanos como nunca acontecia no passado, tipo, transportes públicos, nas paragens dos mesmos, é violência nas escolas, é as ruas sem segurança nenhuma etc., podíamos colocar aqui uma lista sem fim. E porque é que este tipo de crimes acontece? Mais uma vez, meus caros leitores, ninguém tem uma resposta. A concentração em questões de segurança foi desviada a nível geral por muito tempo, houve uma evolução estrondosa em tudo, mas provavelmente não se levou tudo muito a sério e com atenção a todos os aspetos.

Mas falemos no que muito tem acontecido recentemente a nível geral, em vários países – violência, roubos nos transportes públicos. Eu recordo o início de 80 quando cheguei a Toronto, andava de transportes públicos a qualquer hora da noite, nas ruas sem problema nenhum, até podia haver crimes, mas nada como acontece nos dias de hoje. É difícil e não é seguro andar nas ruas ou nos transportes públicos, mesmo durante a luz do dia quanto mais no escuro da noite.

Hoje, mais do que nunca, fazia falta o que havia em Portugal, o cobrador. Não tenho conhecimento de haver cobradores ou o picador nos transportes no Canadá, assim eram conhecidos em Portugal, mas mesmo se não havia, havia respeito, as pessoas respeitavam os motoristas, isto em Toronto, mas já em Portugal, país pobre, mas organizado neste campo, quando eu deixei aquela terra ainda havia o cobrador – o senhor que picava os bilhetes. E isto, meus caros, em finais de 70 inícios de 80, mas durou até à década de 90 e continuou.

O cobrador era o responsável pela cobrança, fornecia informação, picava os bilhetes e mantinha muito respeito. O trabalho do motorista era estar concentrado na estrada e na segurança de quem levava. Era uma coisa que o motorista podia fazer, mas se fosse ele a fazer havia prejuízo no tempo da viagem e já não dava atenção ao trânsito. Eu, por necessidade, usava os transportes públicos todos os dias de manhã e no final do dia, para a ida e volta para a escola. Muitas vezes levei puxão de orelhas porque me sentava nos lugares errados para estar mais próximo dos amigos. O Sr. Vieira, excelente pessoa que Deus já chamou, era o cobrador e bastava um olhar e havia um respeito até na questão de se falar mais alto, para não tirar concentração ao motorista. Era ele que abria a porta para se entrar e sair.

Hoje é tudo eletrónico e muito sofisticado, até se ameaçam os motoristas, recusam-se a pagar e assim andamos no mundo das novas formas de ensinar as novas gerações, com jogos violentos, formas de se organizarem em grupos perigosos e, cada vez mais, a segurança fica a desejar. Começa a ficar provado que as tecnologias nem tudo têm de muito bom. No que toca à facilidade do acesso dos jovens a jogos que ninguém controla e ajudam a este tipo de crimes que se têm vivido ultimamente. A falta de proximidade dos pais por questões profissionais e a liberdade de tempo livre traz destas coisas. Afinal, os antigos começam a ter alguma razão.
Tragam o cobrador, fiscal, ou chamem-lhe o que quiser, muito se pode evitar.
Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS

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