Classe média e média-baixa são as que mais procuram a Cáritas
A Cáritas diz estar a acompanhar com “preocupação a atual situação” das famílias e traçou, esta terça-feira, um perfil das pessoas que estão atualmente a pedir ajuda. Entre os beneficiários estão portugueses com trabalho e imigrantes que “procuram ajuda de emergência”. A instituição está a ter dificuldades em responder a todas as solicitações.
Com 20 Cáritas Diocesanas espalhadas pelo país, a organização aponta que o “acumulado de aumentos [inflação] e a sobreposição de crises sociais” têm motivado um “aumento generalizado” dos pedidos de ajuda por todo o território. A Cáritas destaca, no entanto, determinados grupos entre os beneficiários, como as famílias de classe média e média-baixa.
“As famílias que mais procuram a Cáritas são famílias de classe média e média-baixa. Há uma tendência comum para um aumento da procura por parte de famílias em situação de empregabilidade”, explica a organização em comunicado.
A habitação é também um dos problemas destacados pela instituição: “constitui uma das principais dificuldades para a integração de pessoas vulneráveis, nomeadamente jovens estudantes, famílias com baixo rendimento e pessoas sem-abrigo”. De acordo com a Cáritas, não existem, para já, “medidas políticas nem estratégias” que permitam uma solução a curto prazo.
A Cáritas apoia cerca de 120 mil pessoas por ano, estando a própria organização a registar dificuldades em responder a todos os pedidos de ajuda, seja pela “diversidade” das solicitações ou pelo “aumento dos custos de gestão”. “Existe um decréscimo de disponibilidade por parte dos doadores e as medidas com vista à sustentabilidade das respostas sociais tardam em chegar”, acrescentam no mesmo documento.
O “aumento generalizado de famílias de outros países” nas solicitações, como estrangeiros, migrantes e refugiados à procura de “ajuda de emergência”, criam “pressão” e “tensão” sobre a rede nacional da Cáritas e das comunidades locais, “sempre que os recursos escasseiam”, justificam.
A instituição alerta que “Portugal enfrenta um final de ano de 2022 e um início de ano de 2023 muito preocupante”, sendo que os apoios previstos para enfrentar a inflação não são suficientes para fazer face à subida generalizada dos preços. A Cáritas pede uma “intervenção multissetorial e uma grande capacidade de rentabilizar as interdependências”.
Redes Sociais - Comentários