Vítor M. Silva

Acabar com a pobreza: A solução é distribuir

 

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Pretendo chamar a atenção que é possível, mesmo com a crescente inflação, inverter a precária situação de tantos e tantos que já mal têm dinheiro para comer. Basta para isso distribuir melhor a riqueza. Assim sendo, vou enumerar uma série de casos que me parecem ilustrativos para uma boa base de reflexão.

Os lucros da Repsol subiram este ano 66% para 3.222 milhões de euros e a Galp lucrou, dentro do mesmo exercício, 608 milhões, aliás o maior resultado desde que é cotada em bolsa. Um dos grandes problemas da população portuguesa e mundial é o crescente aumento do preço dos combustíveis. Será este aumento necessário? Ao ler o que escrevo acima facilmente concordamos que não. Veja-se que a liquidez da Repsol aumentou 12.426 milhões. Outro custo que pesa muito no orçamento familiar é o da energia elétrica.

A EDP Renováveis aumentou o lucro em 181 %, tendo lucros de 416 milhões. A Iberdrola apresenta 3.1 mil milhões de euros de lucros. Claro que a alimentação leva uma grande parte do orçamento familiar. A Jerónimo Martins, detentora do Pingo Doce, atingiu um lucro de 419 milhões de euros, assinalando uma subida de 29.3%.
Quero enaltecer e louvar o Governo português que está a preparar uma lei para tributar os lucros extraordinários das grandes superfícies de bens alimentares, uma decisão inovadora dentro da União Europeia, mas que está a ter grande resistência da parte dos empresários do setor. Nada contra as empresas darem lucro, assim deve ser, mas estes valores atendendo ao que se passa com a restante população não me parecem nem razoáveis nem aceitáveis. Aliás, é muito fácil criticar as grandes empresas e não é ilegítimo ganhar muito dinheiro, desde que seja de forma honesta. Mas a verdade é que os ricos estão cada vez mais ricos, a classe média está cada vez mais pobre, a classe pobre mais miserável, mesmo a passar fome. Mas comecei por falar de empresas de combustíveis, eletricidade, alimentação e termino com a roupa.

Não é novidade que o Senhor Ortega, dono de marcas como a Zara e a Massimo Dutti, é um milionário, mas para termos noção, este vai receber só de dividendos 1718 milhões de euros, e cada vez existem mais portugueses que nem sequer conseguem comprar uma simples camisola na Zara, por exemplo.

Todos os valores que apresentei foram publicados pela Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários. Mas também o Estado português está a beneficiar com a subida da inflação. O IVA foi o responsável por 75 % da subida da receita fiscal e, por contrapartida, quanto mais os preços sobem, mais IVA se paga, mais receita fiscal para a máquina estatal. Os tão falados 125 euros são uma esmola que não resolve praticamente nada. Mas quem tem poder de decidir que olhe com olhos de ver para os números descritos acima, neles está a solução para uma redistribuição mais justa e igualitária. Se tiver consigo uma máquina de calcular some todos os milhões de lucros acima e com toda a certeza dará muito mais que 125 euros, se dividirmos esse valor pela população que necessita de apoio em Portugal.

”A desigualdade social é um monstro que se alimenta da inocência do povo.”

Vítor M. Silva/MS

 

 

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