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Vera Holtz e a peça Ficções

 

 

A atriz desdobra-se em personagens, canta, improvisa, conversa com a plateia, brinca e instiga-a a pensar. A peça Ficções, inspirada no best-seller Sapiens, de Yuval Harari, é um espectáculo único e poderoso que nos leva a viajar pela história da Humanidade. Um desafio que nos propõe reflexões sobre a evolução humana e o caminho que ela leva. Vera Holtz, premiada pela sua genial interpretação em Ficções, estará em palco acompanhada pelo músico Federico Pupii. O monólogo foi escrito para a atriz e funde a “Vera Viral”, enquanto persona do seu tão peculiar Instagram, com a atriz, a mulher de cabelos brancos, sem filhos, que questiona: o que andamos a fazer com as nossas virtudes? Um espetáculo arrebatador, imperdível que nos levará de mãos dadas com uma das melhores atrizes de sempre do Brasil, a uma reflexão obrigatória e necessária.

Num ambiente de descontração e muita cumplicidade, os artistas Vera Holtz e o músico Federico Pupii partilharam connosco os bastidores e a essência do seu espetáculo que tem percorrido diferentes lugares por todo o mundo, levando consigo uma profunda reflexão sobre a história da humanidade. Numa conversa franca e repleta de boa disposição, os artistas revelam alguns dos detalhes por trás da criação e da apresentação da peça, oferecendo-nos uma visão privilegiada do processo criativo e das mensagens que desejam transmitir ao público.
A essência principal da obra reside na capacidade do Homo sapiens de criar e acreditar em diálogos, uma característica que se revela fundamental para a união humana ao longo da história. Vera Holtz e Federico destacam a importância de explorar essa capacidade criativa do ser humano, desde as grandes invenções até as crenças e ideologias que moldam toda uma sociedade. Com maestria, eles conduzem o público por um caminho fascinante através das múltiplas experiências humanas. A obra, embora se apresente como uma parte, revela-se como um espelho de e grandezas da humanidade. A partir da narração de histórias que remetem ao caminho do Homo sapiens ao longo dos tempos, os espectadores são convidados a refletir sobre a natureza humana e suas grandes capacidades.

O diálogo entre Vera Holtz e Federico é o ponto central do espetáculo, não apenas pela troca de falas entre as personagens que interpretam, mas também pela interação entre eles como artistas. É evidente o cuidado e a dedicação com que abordam cada tema. Ao longo da peça, somos levados a questionar – Quem somos? O que nos torna únicos? Qual é o papel das narrativas que criamos em sociedade? São perguntas que se ouvem durante toda a apresentação, convidando o público a uma reflexão. No palco, Vera e Frederico parecem que estão num mar de possibilidades, transitando entre diferentes personagens e cenários com a fluidez de quem domina bem o mundo do teatro.

A cada nova cena, somos transportados para um universo único, onde figuras históricas e fictícias ganham vida e envolvem-nos em narrativas cativantes. Eles encarnam muitos personagens, cada um com sua própria voz, gestos e emoções,mostrando que são mestres da arte dramática, capazes de transformar a simples presença no palco numa experiência memorável para o público.

A magia do teatro reside na capacidade de nos transportar para realidades alternativas, permitindo-nos viver aventuras épicas, explorar os recantos mais obscuros da psicologia humana ou simplesmente testemunhar momentos de pura beleza e poesia. E é exatamente isso que Vera e Frederico mostram em cada cena, à medida que nos conduzem por um labirinto de emoções e sensações. Esta peça protagonizada por Vera Holtz e Frederico é muito mais do que um simples espetáculo teatral. É uma experiência transformadora que nos convida a refletir sobre as origens e os destinos da humanidade. Ao nos confrontar com questões profundas e universais, obriga-nos a repensar o nosso papel no mundo e a reconhecer a nossa capacidade única de criar e acreditar no que nos liga uns aos outros.

Envolvidos numa cultura performática, vão alternando entre diferentes papéis e perspectivas, desafiando o espectador a uma reflexão. Tudo bem combinado e ambientado com uma banda sonora feita por Federico que na peça cria uma experiência imersiva e envolvente, capaz de cativar a plateia desde o primeiro momento. Chegam ao equilíbrio entre a improvisação e o guião.

Vera e Federico destacam a importância de manter a solidez do texto enquanto exploram novas possibilidades criativas em cada apresentação. Embora a peça seja bem ensaiada, há espaço para o que sai na hora e a interação com o público, tornando cada espetáculo único e diferente.

Ao verem o público, os artistas destacam os diferentes espaços socioculturais que influenciam as reações dos espectadores. Enquanto no Brasil a resposta é mais efusiva, em Portugal e no Canadá, onde a peça também foi e anda a ser apresentada, a reação do público é mais contida, mas igualmente apreciativa. Essa diferença de experiências mostra toda uma universalidade das questões escritas e ditas na obra. Mostra também a arte de Vera e toda a sua capacidade de dialogar com pessoas de diferentes origens e contextos culturais. Por fim, os artistas expressam uma gratidão e admiração pela comunidade brasileira, portuguesa e italiana no Canadá.
Esta dupla reconhece o desafio de estar longe de casa, a coragem e a determinação daqueles que procuram novas oportunidades e experiências em terras estrangeiras. No meio das dificuldades e desafios, encontram na cultura uma fonte de ligação e conforto, que passa as fronteiras e muitas vezes essa mesma cultura enriquece as suas vidas de maneiras inesperadas. Resumindo, a entrevista a estes dois grandes artistas, que poderá ver no site da camoestv.com, não só mostra um pouco dos bastidores de uma grande peça, mas também toda uma criação humana e a importância da arte como ferramenta de reflexão.

Vera e Frederico são uns verdadeiros timoneiros nesta descoberta e autoconhecimento, nas infinitas possibilidades da criatividade.

Paulo Perdiz

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