Natal nunca deixará de ser Natal

Não será um Natal com viagens pelo mundo ou com grandes ajuntamentos, mas será um Natal com significado e pacífico, para mim uma festa das mais importantes do ano e das que mais une as famílias e este ano fomos obrigados a reinventar uma forma nova de o viver. Os desafios têm sido muito grandes, são famílias afastadas, casamentos adiados, amizades separadas, datas muito importantes mal celebradas e algumas a correr, chatices sem razões etc. Quem é que não passou por coisas deste tipo nestes últimos meses? 

Para mim esta é sem dúvida a melhor época do ano. Mesmo para muitos já faltam à mesa muitos dos que ainda deviam estar, é confortante sentir a paz e a presença plena da família, infelizmente para muitos, posso dizer que para a maioria, não vai ser possível pelas razões que todos sabemos. Ainda por cima o pico da pandemia veio mesmo ajudar a que o Natal fosse diferente de todos os que muitos de nós vivemos até hoje. Cedo se começou a ver uma luz ao fundo do túnel, os governantes davam-nos uma esperança da vacina quase a bater na porta, que a mesma nos podia ajudar, mas tudo falhou e acabou por piorar. Obrigou todos a abrandar a voracidade consumista a que todos estamos habituados e a que a época se transformou, mas até os lojistas acabaram por ser prejudicados com a redução nas vendas – os pequenos muito e as megalojas acabaram por aumentar as vendas. 

Ninguém esperava assim um Natal tão diferente em tudo, pode ser uma oportunidade para muitos usufruírem da companhia dos mais próximos e valorizar aqueles que não vão poder estar presentes por conta das regras restritivas que estão em vigor e que vão permanecer durante muito mais tempo.

Vamos tentar viver este Natal com humildade de um menino que nasce numa manjedoura, despojado de bens e com um coração totalmente aberto e disponível para estar ao nosso lado, nunca estaremos sós, apesar de tudo temos de continuar a vivenciar a magia, que fazemos desde que nascemos, porque o Natal não acaba aqui. 

A ceia de Natal é uma tradição que vem dos povos antigos europeus, que faziam banquetes para celebrar os alimentos e a fartura do ano, e nós temos de fazer este ano o mesmo. Na ceia de Natal, na noite do dia 24 de dezembro, vamos reunir a família de forma diferente. Hoje temos as novas tecnologias que nos aproximam e vamos ter de aproveitar tudo isto para ajudar a passar esta data.

Caros amigos leitores termino desejando um Natal de paz com muita tranquilidade e reconciliação, que o maior presente este ano seja a presença de Jesus em vossas casas, fazendo festas em todos os corações, que tudo o que vos foi roubado, por razões que todos sabemos, seja devolvido muito rápido. Que o menino Jesus continue sempre do vosso lado.

Aproveitem seja de que forma e como cada um puder. Feliz Natal! 

Augusto Bandeira/MS