Ambiente

Terra Viva – Orcas

Restam apenas 75 Orcas Residentes do Sul “Southern Resident Killer Whales”, assim o Governo do Canadá toma medidas de urgência para as salvar.

No dia 10 de maio foi anunciado um pacote de novas medidas de urgência, para proteção das Orcas, a entrarem já em vigor este verão. As medidas surgem na sequência da constatação que a falta de alimentação e perturbação acústica e física tem resultado numa grave diminuição da população destes cetáceos.

Todas as embarcações estão proibidas de se aproximarem a menos de 400 metros de qualquer baleia: esta proibição aplica-se à área crítica do habitat das Orcas Residentes do Sul.

Está proibida a entrada de barcos nas recentemente criadas Zonas Santuário. Estas novas zonas são: Swiftsure Bank, águas ao largo da costa leste de Saturna Island e sudoeste de North Pender Island – haverá apenas exceções para embarcações de emergência e socorro, e para algumas atividades da população indígena.

Apenas as entidades comprovadamente aptas a investigação ou ecoturismo de observação de baleias e integradas no segmento da conservação ambiental, poderão pedir autorização ao Ministério dos Transportes para se poderem aproximar até 200 metros e não mais que isso.

O Governo Canadiano pede também que todos os operadores marítimos adotem voluntariamente comportamentos como – respeitarem uma “Go Slow zone”, reduzindo a velocidade para menos de 7 nós, aquando na imediação de baleias num raio de 1000 metros nas chamadas “Enhanced Management Areas”, nas imediações das Gulf Islands, Strait of Juan de Fuca e Mouth of the Fraser River. Apela-se também a que as embarcações desliguem sonares quando não necessários e coloquem os motores em ponto-morto aquando de uma distância de 400 metros das baleias.

As Orcas são superpredadores e são o maior membro da família dos golfinhos, apesar de vulgarmente serem chamadas de baleias. Depois do Homem, é o mamífero com maior distribuição geográfica, estando presente em todos os oceanos.

As Orcas Residentes têm uma complexa e intrincada vida social baseada em grandes famílias ou clãs, com uma organização gregária matriarcal, em que a mãe é a unidade básica da sua sociedade. Usam a ecolocalização para caçar, alimentando-se essencialmente de lulas e peixe ao contrário das Orcas Temporárias que se alimentam quase exclusivamente de mamíferos marinhos, como focas e leões-marinhos. A comunicação é feita através de sons, produzindo uma enorme variedade de estalidos e assobios havendo diferenças de vocalizações entre grupos e mediante as zonas onde habitam, constatando-se a existência do que se podem chamar dialetos regionais. Possuem a maior barbatana dorsal do reino animal que pode atingir os 1,8 metros, os machos podem pesar até 10 toneladas e as fêmeas até 8 toneladas, podendo medir até 10 metros e 8,5 metros, respetivamente. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 15 anos e só podem dar à luz uma vez a cada cinco anos.

A maior parte dos conhecimentos que temos das Orcas Residentes foram obtidos através de pesquisas de longa duração, nomeadamente na British Columbia.

As Orcas foram vítimas da caça para fins comerciais em meados do século XX devido à escassez causada pela sobre-exploração de outras espécies de maior dimensão. Em 1981 uma moratória internacional pôs fim ao seu abate – mesmo não sendo uma baleia, foi incluída na lista de espécies protegidas pela Comissão Internacional para a Caça à Baleia. Atualmente não existe caça significativa, a grande ameaça à sua existência é essencialmente a falta de alimento provocada pela sobre-pesca, alterações climáticas, intrusão no seu habitat e poluição.

Esperemos que com as medidas de proteção, agora tomadas, possamos continuar a ter Orcas e que elas proliferem. Desfrutarmos da natureza com respeito e admiração é o primeiro passo para um planeta mais equilibrado, garantindo a biodiversidade.

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