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Imposto sobre o Carbono Conservadores apresentaram moção de censura no parlamento

 

O líder dos conservadores, Pierre Poilievre, apresentou na quarta-feira (20) uma moção de censura com o objetivo de derrubar o governo e provocar eleições federais – uma manobra parlamentar que provavelmente falhará.

Poilievre e o seu partido estão a aumentar a pressão sobre o governo liberal para que abandone o plano de aumentar o imposto federal sobre o carbono.

A taxa deverá aumentar 23% a 1 de abril, o que significa que os consumidores podem esperar pagar cerca de três cêntimos a mais por um litro de gasolina do que pagam atualmente. “Se [o primeiro-ministro Justin] Trudeau não declarar o fim do aumento dos impostos sobre os alimentos, a gasolina e o aquecimento, apresentaremos uma moção de censura”, afirmou Poilievre numa reunião da bancada conservadora no Parlamento. “Os canadianos não têm dinheiro para comer, aquecer e viver”, afirmou Poilievre, aplaudido de pé pelos deputados e senadores. “Peço que a Assembleia seja dissolvida para que os canadianos possam votar numa eleição para o imposto sobre o carbono.”

A moção de censura estava morta à partida porque o NDP concordou em apoiar o governo até 2025. O acordo de fornecimento e confiança do governo com o quarto partido deu-lhe apoio suficiente na Câmara dos Comuns para derrotar a moção, que foi votada na quinta-feira (21) à noite.

Poilievre criticou Trudeau sobre o imposto sobre o carbono no período de perguntas de quarta-feira (20), utilizando quase todas as suas perguntas ao governo para criticar o programa e exigir a sua revogação.
Depois de algumas perguntas sobre a utilidade do imposto sobre o carbono, Poilievre disse: “Porque não acabamos com o debate e deixamos os canadianos decidir numa eleição sobre o imposto sobre o carbono?”.
“Uma eleição sobre o preço da poluição? Já tivemos três e ganhámos todas”, respondeu Trudeau. “Bem, ele não devia ter medo de fazer mais uma”, disse Poilievre. “Se ele acredita mesmo nisso, porque é que não convoca já uma eleição para o imposto sobre o carbono?”.

Trudeau e Poilievre também trocaram argumentos citando diferentes relatórios do Parliamentary Budget Officer (PBO) sobre o efeito financeiro que o imposto tem sobre os canadianos.

Trudeau referiu um relatório do PBO que concluiu que a maioria dos agregados familiares registará um ganho fiscal líquido – o reembolso federal irá mais do que cobrir o que esses agregados familiares pagam em impostos sobre o carbono. Mas o PBO também afirmou, num outro relatório frequentemente citado por Poilievre, que, tendo em conta os efeitos económicos indiretos do imposto sobre o carbono, a maioria das famílias terá uma perda líquida.

O PBO afirma que o imposto terá um efeito negativo na economia em geral, levando a uma perda de emprego e de rendimentos de investimento para algumas famílias. Segundo o PBO, os reembolsos federais não serão suficientes para compensar o imposto e os rendimentos ligeiramente inferiores que alguns canadianos receberão em resultado do imposto.

O relatório do PBO não considerou, contudo, o custo de não se fazer nada em relação às alterações climáticas. “É contra isso que o Partido Conservador se está a opor neste momento – dinheiro nos bolsos dos canadianos e um verdadeiro plano de combate às alterações climáticas que está a funcionar, que está a reduzir as emissões”, disse Trudeau. “Felizmente, a maioria desta casa quer lutar contra as alterações climáticas”.
O governo tem um plano para aumentar gradualmente o imposto para 170 dólares por tonelada de emissões equivalentes de dióxido de carbono até 2030, um aumento que acabará por acrescentar quase 40 cêntimos por litro ao preço do gás. A taxa também aumentará o preço de outros combustíveis, como o gás natural e o propano.

CBC/MS

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