Ambiente

A Praia que Não Queremos

Terra Viva

 

Vagueira agosto 2023

Poluição e temperaturas recordes nos oceanos provocam morte a milhões de seres vivos.

Aproximadamente 25 milhões de toneladas de lixo chegam aos oceanos anualmente. Calcula-se que existam mais de 2,3 milhões de toneladas de plásticos nos oceanos, essa porém será a poluição mais visível, todos os anos cerca de 600 mil toneladas de petróleo bruto são derramadas em acidentes ou descargas ilegais. Temos poluentes químicos como o cloro, chumbo, mercúrio, despejo de águas contaminadas radioativas (como atualmente em Fukushima), e uma interminável lista de outros elementos altamente nocivos e venenosos, para os quais não conseguimos determinar quantidades, sabemos no entanto que são massivas.

A quantidade de lixos que verificamos sempre que vamos à praia é enorme, há poucas décadas atrás o cenário não era este, atualmente não conseguimos caminhar um metro pela beira-mar sem encontrar pequenos plásticos, cordéis, restos de materiais de pesca, garrafas de plástico, latas, cotonetes, palhinhas plásticas, isqueiros, restos de cartuchos de caça, etc., etc.

Durante os meses de junho e julho deste ano, ondas de calor nas águas do Atlântico, que levaram a que o mar estivesse com temperaturas 5ºC acima do normal, levaram à morte de milhares de espécies marinhas, a mortandade pôde-se verificar nas praias que ficaram pejadas de várias espécies que não resistiram a estas violentas alterações. Estas marés de animais e algas mortas têm sido recorrentes nos últimos anos.
Nas costas brasileiras, em abril deste ano, deram à costa centenas de raias mortas. Um pouco por todo o mundo têm acontecido fenómenos deste tipo, incluindo “blooms” (superpopulações) de algas e bactérias e também populações gigantescas de medusas e alforrecas.

As alterações nos ecossistemas marinhos, a mudança de correntes, a potenciação de tempestades mais violentas devido ao calor das águas, são por demais evidentes. Os mananciais de pesca sofrem já grandes alterações, e rapidamente haverá redução de muitas espécies de peixes, afetando toda a indústria pesqueira e consequentemente a alimentação humana.

Todas as condicionantes da poluição atmosférica, aquática e aquecimento global, estão a dizimar a vida marinha e costeira. O berçário de vida e a função reguladora climática dos mares estão postas em causa, o impacto no funcionamento da Terra é incomensurável e trará consequências que ainda não conseguimos avaliar com precisão.

Relembro as praias com que nos deliciávamos nos anos de 1970 e 1980, dos areais limpos…
Hoje os areais estão cheios dos mais diversos objetos, todos de produção humana inconsciente e irresponsável.
Não, não é esta a praia que queremos!

Paulo Gil Cardoso/MS

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