Em Espanha as eleições foram ganhas a Feijóo(es)
O facto político mais relevante desta semana é o resultado das últimas eleições legislativas em Espanha. Segunda a tradição, no país vizinho de Portugal, o Rei Felipe VI deve nomear o candidato mais votado.
Quem saiu das últimas eleições como vencedor foi o líder do Partido Popular (PP) Alberto Núñez Feijóo. Mesmo sem uma maioria o Soberano Espanhol tomou esta decisão dizendo não ter encontrado uma maioria alternativa na esquerda espanhola. O problema é que não existe também uma maioria de direita. Para quem gosta de política é só comprar as pipocas e deliciar-se com os próximos acontecimentos. Eu por acaso acho que o líder do Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE), Pedro Sanchez, depois de uma segunda ronda, vai acabar por ser convidado a formar governo e este vai ser aprovado, sendo reconduzido assim Sanchez para mais um mandato como primeiro-ministro espanhol. Aliás, Pedro Sanchez fez saber ao rei “ter condições para reunir os apoios parlamentares exigidos para voltar a formar governo”. O líder do PSOE tem a seu favor o acontecimento da semana passada, onde durante a eleição da presidência do Congresso dos Deputados Espanhol sorriu perante a vitória da socialista Francina Arbengol, ficando assim o Parlamento nas “mãos” dos socialistas. Não se entende perante este facto, assim como com a forte aliança entre o SOMAR e o PSOE que o Rei queira perder tempo e acreditar que o PP de Feijóo pode formar Governo. É verdade que o PSOE foi o segundo partido mais votado nas últimas eleições, mas também é verdade que este tem mais apoios no parlamento e, se assim é, deve governar.
Esta maioria progressista será a melhor para Espanha, longe de partidos de extrema-direita como o VOX de Santiago Abascal. Para a própria Europa que ainda não se “levantou” do “murro no estômago” provocado pelo Brexit, correr o risco de ter em Espanha um governo com o VOX seria mais um prego para o caixão da Unidade Europeia.
Pedro Sanchez enquanto chefe do governo implementou medidas ambiciosas e bem-sucedidas como a reforma laboral e das pensões e o aumento substancial do salário mínimo. Fez corajosos pactos com os nacionalistas e partidos pró-independência, mas só quem não conhece a complexidade de Espanha como país duvida do resultado destes e da boa e avisada diplomacia. Enfim estamos perante um jovem político cheio de capacidades e que irá com toda a certeza ser empossado como primeiro-ministro de Espanha porque afinal em política nunca se ganha a Feijóo(es).
“Hoje, a grandeza de um país mede-se no seu esforço para defender e expandir os direitos dos cidadãos, no seu impulso para a plena igualdade, na sua capacidade de produzir uma energia que contribui para o crescimento cultural, social e económico. É assim que um país se fortalece, tornando todos os seus cidadãos mais poderosos.”
Jose Luis Zapatero – ex-primeiro-ministro espanhol (2004/2011)
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