EditorialBlog

Os passos para a Cruz

SJ-EASTER-PORT-revised - milenio stadium

 

Com a chegada da Páscoa, muitos veem este evento religioso como uma oportunidade para refletir sobre as suas vidas, tanto como cristãos, como acerca das realidades da vida com que são confrontados diariamente. A pandemia global e a invasão da Ucrânia incitaram uma nova discussão sobre a vitalidade da religião, os seus efeitos nas pessoas, e ainda a viabilidade da globalização no que se refere ao nosso respeito uns pelos outros. A interdependência da economia global, das pessoas e das culturas aparenta ter chegado ao fim e terá implicações sérias no nosso futuro. A velha imagem da globalização onde navios de carga traziam produtos de todas as partes do mundo já não é viável e, como consequência, as nossas vidas foram suspensas permanentemente. O período que nos conduz ao dia da Páscoa é um caminho que proporciona uma oportunidade de arrependimento e reflexão sobre como a realidade de ser cristão afetou as nossas vidas, antes da pandemia e da invasão da Ucrânia. A maioria das pessoas levava as suas vidas abraçando as coisas mundanas que este mundo oferecia, raramente questionando a forma como a sociedade operava.

O mundo, tal como o conhecemos, tornou-se num campo de batalha de uma dimensão não experienciada há vários anos, com as pessoas a questionar praticamente tudo o que os rodeia. Quem diria que a Ucrânia não se renderia à sombra de um gigante? A História demonstra que o seu povo se une em períodos de adversidade e responde com armas na mão, mas como vinculamos o nosso cristianismo às atrocidades perpetradas pela Rússia? Onde está Deus no meio disto tudo? Serão as palavras do Papa suficientes para dizer que Deus está arrependido? Diga isso às inúmeras famílias que estão mortas ou deslocadas e certamente que as suas crenças no Todo-Poderoso chegaram ao nível mais baixo de sempre. Se os ucranianos nos ensinaram alguma coisa foi, certamente, o que significa liberdade. Para muitos, em democracias ricas, a liberdade é obstruída em chavões, onde a falsificação da liberdade real pode ser vista como positiva e os políticos e o clero sugerem que devemos estar satisfeitos por viver sob mensagens autocráticas da igreja e do Estado.

Se está a questionar o porquê da mistura entre pessoas e religião, os tempos atuais proporcionam uma sinopse e raciocínio enquanto Jesus caminha para a morte, cercado por ladrões para nos salvar dos nossos pecados. Deveríamos refletir sobre o porquê de Jesus ter sido crucifixado na cruz. As pessoas que querem criar mudança muitas vezes têm de rejeitar o conceito de que as regras são para serem cumpridas e, ao invés, lutar para a implementação de novas regras que poderão ser necessárias para equilibrar o mundo, o país ou a religião. Jesus morreu porque decidiu quebrar as regras (Lucas 2: 42:52). Os relatos evangélicos estão profundamente associados às tensões entre respeito e tradição e à necessidade de uma transformação criativa. Para seu próprio risco, Jesus violou repetidamente tradições do Shabat (Lucas 61; 64; 65) e declarou “O filho do homem é Senhor também do Shabat”. Isto para sugerir que se Jesus estava disposto a quebrar as regras e a morrer na cruz para tornar o mundo mais justo, não deveríamos compreender o porquê de o mundo estar estagnado e a permitir que os cidadãos da Ucrânia sejam massacrados por causa de regras.

Depois de 300,000 passos percorridos ao longo de 12 dias para abraçar um santo, tentei justificar as minhas próprias regras e a perceção sobre as justiças e injustiças que me rodeiam. Esta odisseia repleta das criações lindas e mundanas de Deus permitiram uma compreensão psicológica na minha mente sobre as coisas às quais me devia associar. Está na altura de mudar as regras e tal como Santiago sussurrou ao meu ouvido – “Deixa para trás aqueles que não estão dispostos a mudar.”

Jesus fê-lo, e você fará?
Feliz Páscoa a todos.

Manuel DaCosta/MS


Version in english

SJ-EASTER-ENG-revised - milenio stadium

 

Steps to the Cross

As Easter approaches, many take this religious event as an opportunity to reflect on their lives both as Christians and the realities of life they have to confront each day. The global pandemic and the invasion of Ukraine have sparked a new discussion on the viability of religion and its effects on people plus the feasibility of globalization as it pertains to our respect for each other. It would appear that the interdependence of world’s economies, people and cultures is at an end, and it will have serious implications for our futures. The old image of globalization where container ships would bring products from all over the world is no longer viable and as a result our lives have been forever disrupted. The period which brings us to Easter Day is a path which provides an opportunity to repent and reflect on how the reality of being a Christian affected our lives prior to the pandemic and the Ukrainian invasion. Most people led their lives embracing things this mundane world offered, rarely questioning why society operated as it did.

The world as we know it has become a battleground not experienced in many years with everyone questioning almost everything around them. Who would have thought that Ukraine has not folded in the shadow of a giant? History shows its people came together in adversity and responds with the weapons at hand but how do we tie-in our Christianity with the atrocities being perpetrated by Russia? Where is God in all of this? Are the Pope’s words of solace sufficient to say that God is sorry? Say that to countless families who are dead or displaced and surely their belief in the almighty is at an all-time low. If there is one thing that Ukrainians have taught us is what freedom means. For many in rich democracies freedom is curdled into platitudes where falsification of how real freedom can be as a positive, politicians and men of cloth instead suggest we should be satisfied living under autocratic messaging of church and state.

If you are wondering why the mixing of people and religion, the current time provides a synopsis and reasoning as Jesus takes his walk to his death surrounded by thieves to save us from our sins. We should reflect why Jesus was crucified at the cross. People who want to create change often have to reject the concept that rules have to be followed and instead fight for the implementation of new rules, which may be necessary to balance the world, a country or a religion. Jesus died because he decided to break the rules (Luke 2:42:52). The gospel accounts are closely associated with tension between respect for tradition and the necessary for creative transformation. Jesus repeatedly violated Sabbath traditions much to his peril (Luke 61; 64; 65) and stated, “The son of man is Lord also of the Sabbath”. This to suggest that if Jesus was willing to break the rules and die at the cross to make his perceptive world more just, we should not understand why the world is stranding by allowing the people of Ukraine to be slaughtered because of rules.

After 300,000 steps over 12 days to hug a saint, I’ve attempted to justify my own rules and perceptions about the fairness and injustices around me. This odyssey filled with Gods beautiful and mundane creations allowed a psychological perception in my mind about the things I should be associated with. It’s time to change the rules and as Santiago whispered in my ear “Leave behind those who are not willing to change”.
Jesus did, will you?

Happy Easter Everyone.

Manuel DaCosta/MS

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER