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Em defesa da vida

milenio stadium - em defesa da vida

 

Uma organização com uma missão bem delineada e ambiciosa: tornar o Canadá um país livre de abortos. No momento em que o mundo, por causa da possibilidade de revisão do direito das mulheres ao aborto nos Estados Unidos, volta a discutir esse tema tão sensível da legalização ou não do procedimento, o que deixa a sociedade canadense também em alerta diante da possibilidade de algo parecido poder acontecer por aqui, dedicamos essa edição do Milénio Stadium a aprofundar o tema, complexo, e que envolve muitas variáveis.

Para apresentar também o lado daqueles que fazem parte de movimentos pró-vida, como classificam, e que por isso são contra o aborto, estivemos à conversa com o representante da organização Canadian Centre For Bio-Ethical Reform (CCBR), que tem representações em diferentes províncias. Blaise Alleyne é Diretor da Extensão Leste do CCBR e responsável pelas operações de Toronto.

Nessa entrevista ele nos apresenta as opiniões e modo de atuação da organização que tenta mudar a maneira com que percebemos e tratamos o aborto e a introdução de uma legislação contrária à prática no Canadá. Para a CCBR é simples: é preciso acabar com os assassinatos de seres humanos inocentes, no caso os fetos abortados. Segundo dados da organização são realizados cerca de 300 abortos por dia no país, o que representam 100 mil ao longo de um ano. Na tentativa de introduzir uma cultura social na qual o aborto seja impensável no Canadá, assim como a como a escravidão, o trabalho infantil ou a segregação de raças, a CCBR busca em especial através da educação para o tema mudar mentalidades.

As táticas utilizadas pela CCBR podem parecer para alguns, radicais, já que o uso de fotografias de fetos abortados é uma prática comum e através dessas imagens, chocantes, dizem querer atingir a população sobre os direitos humanos desses fetos. Conheça um pouco mais obre essa organização e o trabalho que desenvolvem na luta pró-vida, como definem essa missão de eliminar o aborto no país.

milenio stadium - Blaise-2021Milénio Stadium: A CCBR tem uma postura específica em relação à política antiaborto, defendendo a estratégia de tornar o aborto “impensável”. Como vocês pretendem atingir esse objetivo?
Blaise Alleyne: Com quase 300 seres humanos inocentes mortos por aborto todos os dias no Canadá, acreditamos que é essencial que os canadenses vejam a verdade sobre o aborto – a evidência fotográfica de que o aborto decapita, desmembra e estripa um ser humano inocente. Não protestamos contra o aborto. Mostramos fotos de vítimas de aborto, e o próprio aborto protesta por si só. Mostramos fotos de ecografias de crianças saudáveis no útero e que mostram que o aborto é um ato de violência que mata um ser humano inocente, e defendemos, através do diálogo, que os direitos humanos são para todos e devem começar quando o ser humano se forma — o que sabemos pela ciência está na fecundação.

MS: Uma das ferramentas que a sua organização usa para persuadir as pessoas contra o aborto é a divulgação de fotografias de fetos abortados, um conteúdo muito sensível e que pode ser considerado apelativo para algumas pessoas. É uma estratégia válida?
B.A: É essencial que as pessoas vejam as provas fotográficas de que o aborto é um ato de violência que mata um ser humano inocente, a fim de formar uma opinião baseada em fatos sobre o aborto. Mostramos fotos que demonstram a humanidade das crianças pré-nascidas e fotos que expõem a injustiça e a desumanidade do aborto, a fim de mudar corações e mentes sobre o aborto, salvar a vida das crianças e poupar as mulheres do trauma desse procedimento.

MS: Você acredita que em algumas situações específicas o aborto deveria ser legalizado, como no caso de violência sexual contra a mulher ou problemas de saúde/gestações de risco?
B.A: O Canadá é o único país democrático sem uma lei de aborto. Estamos confiantes que os nossos vizinhos ao sul possam estar dando passos adiante no estabelecimento de direitos humanos para todos os seres humanos. O governo canadense está fora de sintonia com o público canadense – o governo apoia o aborto por qualquer motivo ou nenhum motivo, enquanto muitos canadenses se opõem ao aborto tardio ou ao aborto porque a criança é uma menina (aborto seletivo por sexo). A maioria dos canadenses apoia pelo menos algumas restrições ao aborto e quanto mais as pessoas vejam fotos de crianças que foram desmembradas pelo aborto, mais as pessoas reconhecem que o aborto é uma grave injustiça e uma grave violação dos direitos humanos.

MS: Recentemente, o governo canadense garantiu a proteção do direito ao aborto no país, através de mais financiamentos federais. Você acha que o que aconteceu nos EUA fez o governo se apressar nessa atitude? Quais podem ser as consequências disso?
B.A: Muitas pesquisas na última década mostraram que (a) a maioria dos canadenses desconhece que o país não tem leis sobre o aborto e (b) a maioria dos canadenses apoia pelo menos algumas restrições legais ao aborto. ( https://weneedalaw.ca/2020/06/canadian-opinions-on-abortion/ ). A nossa missão é educar o público canadense sobre a verdade de que o aborto é um ato de violência que mata um ser humano inocente e buscar a paz e o fim da matança, e direitos humanos para todos os seres humanos.

MS: Uma das principais críticas às organizações e movimentos antiaborto é que eles se concentram nos direitos de vida do feto e esquecem o direito de escolha das mulheres. Você acredita que essa crítica é bem fundamentada?
B.A: O movimento pró-vida defende os direitos humanos de todos os seres humanos e a dignidade de cada pessoa humana. O aborto é uma violação dos direitos humanos porque é um ato de violência que despedaça o corpo de uma criança inocente. No entanto, a experiência mortal do aborto também é muitas vezes traumática para mulheres e pessoas ligadas a essa injustiça. Todo o ser humano merece direitos humanos, respeito e dignidade, mas ninguém tem o direito de escolher matar uma criança inocente.

Lizandra Ongaratto/MS

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