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Encontrado o primeiro “retrato” de uma família Neandertal através de ADN

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(FILES) This handout picture released on June 23, 2021 shows researchers collecting sediment samples in the South Chamber at the Denisova Cave in the Altai mountains, Siberia. Swedish paleogeneticist Svante Paabo, who sequenced the genome of the Neanderthal and discovered the previously unknown hominin Denisova, won the Nobel Medicine Prize on October 3rd, 2022 in Stockholm. – Paabo, director of the department of genetics at the Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, found that gene transfer had occurred from these now extinct hominins to Homo sapiens following the migration out of Africa around 70,000 years ago. (Photo by Handout / Dr. RICHARD G. ROBERTS / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE – MANDATORY CREDIT “AFP PHOTO / Dr. RICHARD G. ROBERTS ” – NO MARKETING – NO ADVERTISING CAMPAIGNS – DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS

 

Uma equipa de cientistas europeus descobriu aquele que pode ser considerado o retrato mais antigo de uma família. O perfil genético de 13 Neandertais foi encontrado em duas grutas na Sibéria: dois deles eram um pai e a sua filha adolescente, provando que estes nómadas viveram em grupos pequenos e consanguíneos, tal como os humanos atuais.

A investigação, publicada na semana passada na revista científica Nature, utilizou o sequenciamento de ADN para analisar a vida social de uma comunidade de Neandertal, que viveu naquela região há 54 mil anos. O material genético extraído dos ossos dos 13 indivíduos (sete machos e seis fêmeas) confirmou que pelo menos dois deles eram pai e a filha. E outros dois eram seus parentes, uma criança pequena e uma mulher adulta que podia ser prima ou avó. Esta é a primeira vez que uma família de Neandertal é localizada.

A equipa de cientistas liderada pelo biólogo Svante Pääbo, do Instituto Max Planck de Biologia Evolutiva, na Alemanha, recentemente distinguido com o Prémio Nobel da Medicina, conseguiu recuperar grande parte do genoma dos Neandertais de Chagyrskaya e Okladnikov, duas grutas no sul da Sibéria, e compará-lo com o de outros 18 Neandertais anteriormente descobertos.

“O estudo fornece um quadro concreto de como pode ter sido uma comunidade Neandertal”, afirmou Benjamin Peter, que supervisionou a investigação juntamente com Pääbo, citado pela France-Presse. “Isto faz os Neandertais parecerem-me muito mais humanos”, acrescentou.

Os resultados mostram que vários dos 11 indivíduos encontrados em Chagyrskaya viveram ao mesmo tempo e no mesmo local, algo pouco comum na antiguidade. Já os dois vizinhos em Okladnikov, a cerca de 100 quilómetros da outra gruta, não estavam diretamente relacionados. No entanto, a variabilidade genética dos ossos sugere que os grupos de Neandertais eram pequenos, com cerca de 10 a 20 pessoas.

Estes dados apoiam a teoria de que o isolamento e a consanguinidade contribuíram para a extinção destes primatas, que desapareceram misteriosamente da Terra há cerca de 40 mil anos.

O estudo revelou ainda as mulheres eram mais suscetíveis a afastarem-se da caverna do que os homens, isto porque genoma mitocondrial passado de mãe para filho variava mais do que o do cromossoma Y passado pelos pais. Ou seja, as mulheres deixavam as suas famílias para viver noutro sítio, enquanto os homens permaneciam dentro do clã.

Os Neandertais viveram na Europa e na Ásia antes do Homo Sapiens e partilharam o continente europeu durante 14 mil anos, no mínimo. Com um cérebro maior do que o do homem moderno, diversos indícios mostraram que eram mais sofisticados do que se pensava. Enterravam os seus mortos e tinham ainda a habilidade de produzir ferramentas próprias para caçar, sendo as suas presas habituais: bisontes, cavalos e cabras de montanha. A pesquisa de Pääbo revelou também que quase todos os humanos modernos têm um pouco de ADN neandertal.

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