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Ondas gigantes assolaram as águas portuguesas no primeiro fim de semana deste mês de novembro.

À passagem da depressão Domingos, registaram-se ondas de dimensão máxima histórica nas águas portuguesas ao largo de Leixões. A Marinha de Guerra Portuguesa divulgou uma nota informando que a 4 de novembro às 21 horas, foi registada ondulação com uma altura máxima de 20,3m, e às 21 horas, altura significativa de 12,6m, na boia Oceânica de Leixões, localizada a 75 quilómetros da costa.

Também na boia de costeira de Leixões, situada a 20Km da costa, foi registada ondulação com altura máxima de 18,1m, e altura significativa de 11,3m, às 21horas do mesmo dia.

Basicamente as ondas no mar são geradas por ventos sobre a superfície dos oceanos, coadjuvados pelas marés e correntes oceânicas. Os oceanos absorvem a maioria do aumento de calor que se tem verificado no planeta, calculando-se que desde a década de 1970 tenha absorvido cerca de 90% do aumento térmico na Terra. Havendo mais energia calorífica nos oceanos consequentemente existe mais energia nos ventos, nas ondas e nas tempestades.

Estudos científicos apontam para o aumento da dimensão e força das ondas, como é o caso de trabalho conjunto com o título: “Natural Variability and Warming Signals in Global Ocean Wave Climates”publicado em maio de 2021, por cientistas de várias instituições de vários países: Instituto de Ingeniería, Universidad Nacional Autónoma de México, México; Department of Earth and Environmental Sciences, Macquarie University, Austrália; Disaster Prevention Research Institute, Kyoto University, Japão; IMSG at National Oceanic and Atmospheric Administration NOAA, MD, E.U.A.; Facultad de Ciencias, Universidad Nacional Autónoma de México, México.
Muito sucintamente, percebemos que a força das ondas tem aumentado nos últimos 34 anos, potenciada pelo aumento das temperaturas dos oceanos e da atmosfera, e também pelo aumento de velocidade dos ventos oceânicos, estes também influenciados pelos aumentos de temperaturas e maiores amplitudes térmicas entre os polos e as zonas mais quentes do planeta.

A maioria da população humana vive em zonas costeiras, e a dependência dos oceanos é imensa, seja para alimentação assente nas pescas, seja para transportes marítimos, turismo e outras atividades económicas. A desregulação dos mares traz um imenso impacto à nossa civilização e a toda a vida na Terra.

Reponho o que escrevi anteriormente aqui no Milénio Stadium em março de 2022:
“A humanidade enfrenta atualmente centenas de graves problemas, sendo todos provocados por comportamento irracional, teremos de resolver esta irracionalidade, de outra forma não conseguiremos salvar nada neste planeta, nem a nós próprios.”

“Os oceanos são uma das mais importantes peças para o equilíbrio do grande Ecossistema da Terra, a sua destruição ou alteração das suas dinâmicas, tem um impacto gigantesco na vida no planeta e por conseguinte na própria existência da espécie humana. É, portanto, imperativo a sua proteção e boa gestão. A Convenção da Lei dos Oceanos criada pelas Nações Unidas teve a sua força legal reconhecida apenas em 1994, quando foi atingido o número de 60 países a ratificá-la, no entanto a sua efetividade é ainda muito limitada, havendo países a não respeitarem ou a não reconhecerem o seu cumprimento ou legalidade.

Por favor, experimentemos ser racionais!”

Paulo Gil Cardoso/MS

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