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Um corpo feliz

milenio stadium - ze lopes

 

A correria do dia a dia, a praticidade das comidas já preparadas, o cansaço (e a preguiça) que se apodera e anula qualquer tentativa de preparação de uma refeição saudável, a tentação que chama por nós na montra da pastelaria, … o mundo está recheado de pequenos males que se podem transformar num grande “monstro” – o excesso de peso. Ainda assim, estudos recentes apontam para que uma das principais razões para que uma pessoa tenha excesso de peso é a genética. Para além dela, doenças relacionadas com um mau funcionamento da tiróide e o uso de determinados medicamentos podem também resultar num aumento descontrolado de peso.

Finalmente, o stress, ansiedade e compulsão alimentar são outras condições que também podem interferir na forma (errada) de nos alimentarmos.

O excesso de peso e a obesidade – considerada uma doença por si só e que acontece quando o índice de massa corporal (IMC) da pessoa é igual ou superior a 35 kg/m² -, são causadores de outras doenças tais como diabetes, hipertensão, dislipidemia (colesterol elevado), apneia do sono, problemas respiratórios, maior risco de enfarte, de AVC e diferentes tipos de cancro, impotência e até infertilidade.

Mas essas doenças podem ser controladas, revertidas e, em alguns casos, totalmente curadas a partir do momento em que se inicia o processo de emagrecimento.

Quando a pessoa dá um murro na mesa e decide mudar o rumo da sua vida, partindo em busca de uma vida mais saudável e de um “novo eu” são várias as abordagens disponíveis para conseguir alcançar o objetivo a que se propõe.

Entre elas está a cirurgia metabólica: uma técnica que permite curar a obesidade fazendo uso de mecanismos e métodos que modelam a fome. A grande diferença em relação a outras soluções como a banda gástrica, balão ou sleeve endoscópico é que a cirurgia metabólica vai atuar sobre a cascata hormonal, permitindo assim o controlo hormonal do apetite. Resumidamente: melhora a nossa relação com a comida, agindo como um agente bloqueador de “cravings”, não permitindo a ingestão de grandes quantidades de comida e inibindo a predisposição para ingestão de alimentos menos saudáveis.

Existem três tipos de cirurgias metabólicas, todas elas indolores e com um tempo de recuperação de cerca de dois dias: o Bypass, onde é criada uma bolsa que é ligada diretamente ao intestino delgado, o Sleeve Gástrico, onde se recorre à remoção de uma parte esquerda do estômago, onde se encontra a hormona responsável pela fome, e a Porta Única, que basicamente é um Sleeve Gástrico que não deixa marcas, já que a cirurgia é feita pelo umbigo. Esta última foi a abordagem escolhida por Zé Lopes, repórter da estação televisiva portuguesa TVI, para perder peso… e ganhar vida. Com 24 anos, Zé tinha um índice de massa corporal bastante elevado e era pré-diabético.

O conhecido, divertido e excelente comunicador tem partilhado com os seus seguidores esta sua jornada de perda de peso – já perdeu mais de 40 quilos e não pretende ficar por aqui – assumindo que esta tem sido a sua melhor mudança de vida, não deixando de notar que sempre se sentiu bem com o seu corpo e deixando claro que “um corpo feliz é um corpo onde nos sentimos bem”.

 

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Crédios: Zé Lopes/DR

 

Milénio Stadium: Há cerca de quatro meses submeteste-te a uma cirurgia metabólica Porta Única. O que te fez, em primeiro lugar, tomar a decisão de a realizar?
Zé Lopes: Decidi realizar a cirurgia por questões de saúde. Para mim um corpo feliz é um corpo saudável e no qual nos sintamos bem, mas eu já não estava saudável… estava com os valores muito elevados e tornar-me-ia diabético em pouco tempo.

MS: Julgo saber que, até ao momento, já perdeste mais de 40 kilos. Como foi o caminho até aqui e quais têm sido os maiores desafios?
ZL: O maior desafio foi a mudança total de mentalidade. A cirurgia foi apenas o ponto de partida para que tudo mudasse. Os meus hábitos alimentares, a prática desportiva, tudo…

MS: Para além da recompensa imediata de olhares para o espelho e veres o teu corpo a responder e a mudar, que outros benefícios tens alcançado nesta tua jornada de perda de peso?
ZL: Ganhei saúde. Os meus níveis estão todos melhores e até nas tarefas mais simples já me sinto melhor. Não me custa apertar cordões, subir uma rampa… tarefas quotidianas.

MS: Sendo tu um comunicador, sentes que ao passares por esta experiência verdadeiramente transformadora – não só física como também psicologicamente – também consegues transmitir uma mensagem positiva a todas as pessoas que te seguem e admiram o teu trabalho e percurso de vida?
ZL: Consigo transmitir essa mensagem, sim. E fico muito satisfeito com o retorno que me tem chegado. Sinto que sou visto como exemplo para muitos e isso é o mais importante.

MS: Achas que o meio televisivo também te influenciou a perder peso? Alguma vez te sentiste pressionado a alterar o teu aspeto físico ou discriminado de alguma forma?
ZL: Nunca me senti pressionado. Fi-lo por mim apenas.

MS: Ao mesmo tempo que somos quase “bombardeados” com conteúdos que promovem um estilo de vida saudável, onde a alimentação equilibrada e a prática de exercício físico são amplamente divulgadas e quase “impostas” como forma de atingirmos o “corpo perfeito – acreditando que tal existe -, também temos o reverso da medalha: a cultura de aceitação dos diferentes tipos de corpo. Estas duas realidades, apesar de opostas, podem ser equilibradas e coexistir?
ZL: Acredito que sim. Um corpo feliz é um corpo saudável e no qual nos sintamos bem, como já disse. Mas é importante que sintamos essa saúde e comigo já não estava a acontecer.

MS: Partilhaste recentemente nas tuas redes sociais que o teu peso chegou aos dois dígitos, sendo que desde os teus 15 anos não pesavas tão pouco. São estas pequenas (e ao mesmo tempo enormes) conquistas que te fazem continuar e seguir focado? Até porque ainda não atingiste o teu objetivo, certo?
ZL: Continuo focado sim, e cada passo que tenho dado é muito importante para mim.

Inês Barbosa/MS

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