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O futuro de ontem

 

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Olá, olá,
Cá estamos. O último mês. A poucos dias do tão ansiado Natal. A azáfama. A loucura e o corrupio. Mês de gastar o que há, e acima de tudo, o que não há.

Triste realidade que agora, mais do que nunca, é global. Conduzia ontem no trânsito infernal das 4 e pouco da tarde e, enquanto aguardava que a fila se movesse, pensava – “que loucura que a vida é”.

Nós aqui neste cantinho, atarefado, menos seguro, mas ainda mais ou menos em paz, enquanto em diversas partes do mundo a preocupação é de se protegerem das bombas, das metralhadoras, procurar por mantimentos… e nós, claro que não temos culpa, andamos aos empurrões nos shoppings para comprar isto ou aquilo. A vida efetivamente não é justa. Como podemos ficar alheios a tal disparidade? É assim. Temos de lidar, mas ficar sobretudo atentos ao desconforto alheio.

Mas em cima da mesa do Milénio desta semana está um tópico que questiona a lusofonia nas gerações presentes.

Que impacto e ou interesse tem a segunda geração de luso-canadianos a esta altura do campeonato? Tem vontade de continuar e preservar as tradições iniciadas pelos avós e pais?

Desculpem-me a franqueza, mas não creio. Acho que a roda desse fuso está semiperdida.

Mudam-se os tempos e as vontades. Onde muitos destes jovens, ou por falta de vontade ou de interesse, nem falam português. Escutava eu uma miúda num palco há umas semanas atrás e, desculpem-me a sinceridade, fiquei chocada. Ela realmente tentou, mas a cada frase que dizia assassinava a língua de Camões. Como é possível? Não basta dizer “ai a minha filha fala português”. Não. Não, por favor. Falem inglês então, mas não se submetam, nem submetam aos demais tal atrocidade. A boa vontade está lá, sim, mas é levar o barco em frente sem controlo, nem travão?

Há que persistir. Há que continuar a ensinar, a honrar o que é nosso. Alguma, se não muita, culpa têm os pais e mesmo os avós que não os incumbiam de tarefas, enquanto mais jovens, afastando-os por não “perceberem nada daquilo”, cheguei eu a presenciar.

A tecnologia afasta as massas. Os clubes vão perdendo o brilho e os adeptos. Muitos já fecharam portas e outros estão em fila de espera. Inclusive as bandas de música que animam os bailaricos estão a deixar, pelo menos algumas, as luzes dos palcos.

É o que é e vai valer sempre o que vale.

Sinceramente não sei onde vamos parar, mas com certeza a um lugar mais modernizado e menos tradicional.
Até mais logo no Roundtable de hoje. Que é o espaço onde a falar é que a gente se entende.
Obrigada e até já,

Cristina DaCosta/MS

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