Agendar uma colonoscopia, nas entidades convencionadas com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), pode demorar mais de quatro meses, segundo um estudo realizado pela Deco Proteste. Dos 80 estabelecimentos de saúde contactados, em apenas 11 é possível marcar no prazo de uma semana e todos se situam no Norte do país.
De acordo com a legislação, o tempo máximo de espera por um exame médico é de 90 dias. No entanto, segundo um estudo realizado pela Deco Proteste entre maio e junho deste ano, o limite é ultrapassado em alguns estabelecimentos de saúde que têm as listas de espera lotadas até ao final do ano.
A Deco Proteste contactou 80 entidades convencionadas com o SNS com o objetivo de agendar uma colonoscopia. Do total, 32 estabecimentos não tinham data disponível até ao final do ano e, nos restantes o tempo de espera variava entre os dois e os 125 dias (mais de quatro meses). “Temos que garantir o acesso em tempo útil aos exames médicos. É importante estes prazos serem cumpridos e que todos os utentes tenham acesso aos cuidados de saúde”, afirmou Susana Santos, coordenadora do estudo, ao
JN.
Das 80 chamadas efetuadas, a Deco Proteste conseguiu agendar 48 exames, sendo que 36 foram na área abrangida pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte. Do total de entidades contactas, em 11 foi possível marcar com menos de uma semana de espera e todas elas se situam na zona Norte. Em apenas quatro estabecimentos, de Santa Maria da Feira e de São João da Madeira, não foi possível agendar.
“Existem diferenças regionais, sendo que na zona norte é mais fácil fazer as marcações do que no sul e centro. A situação mais complicada é, efetivamente, no Algarve e no Alentejo”, explica Susana Santos. A Deco Proteste só conseguiu contactar dois estabecimentos no Alentejo: num deles a agenda estava cheia e no outro não estavam a aceitar marcações. Já num dos estabelecimentos da zona Centro colocaram o utente em lista de espera, sendo que este seria chamado assim que houvesse vaga.
Mais fácil marcar pela ADSE
O estudo revelou, ainda, que os beneficiários da ADSE têm mais facilidade em marcar o exame, apesar do tempo de espera variar entre os três e os 153 dias. Das 41 chamadas efetuadas pelo Deco Proteste, em três não foi possível marcar, tendo o utente ficado em lista de espera em duas delas. Nas restantes o tempo de espera variava entre os três e os 153 dias. No entanto, a maioria conseguia uma data em menos de um mês.
Nenhum dos estabelecimentos contactados antecipou a marcação quando o utente sugeriu pagar o exame na íntegra, o que demonstra não existir discriminação entre os utentes.
Além disto, a Deco Proteste chama a atenção para a falta de informação prestada pelos canais do SNS em relação aos tempos de espera para os exames, o que não permite perceber se os hospitais estão a dar resposta a estes doentes ou não.
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