Vítor M. Silva

Todos, Todos, Todos e MAIS UM

 

De 22 de maio a 30 de setembro de 1998, Portugal organizou, com grande sucesso, a Expo’98 em Lisboa, com o tema “Os Oceanos, um Património para o Futuro”, comemorando os 500 anos dos descobrimentos portugueses, ficando Lisboa, até hoje, com uma indelével marca na zona oriental da cidade. O Parque das Nações é quase uma pequena cidade dentro de outra. 

Outro evento de grande sucesso foi o Euro 2004, em que só faltou a vitória portuguesa, com uma geração de ouro com Rui Costa e Figo e onde já despontava Cristiano Ronaldo. Perdemos com a surpreendente formação helvética na final. Mas foi um grande sucesso, deixando os estádios e outras infraestruturas que hoje são de exemplar qualidade. Tenho também que referir, por justiça, a final do Festival Eurovisão da Canção, depois de uma vitória brilhante de Salvador Sobral, que com a canção Amar pelos dois venceu, com a maior pontuação de sempre em festivais, em Roterdão. Recebemos, no ano seguinte, em 2018, em Lisboa a participação de 43 países. 

Portugal tem no seu gene as festas e ninguém organiza, planeia e faz como nós portugueses. E, principalmente, do Minho, à ilha Terceira, nos Açores, somos uma “festa” dentro de nós. Não foi diferente aquilo que aconteceu com as Jornadas Mundiais da Juventude, realizadas recentemente, com jovens de todo o mundo espalhados pelo país e depois, nos últimos dias, com epicentro em Lisboa. Um evento internacional que foi criado pelo saudoso João Paulo II e que, já agora, deixou esta frase reiterada por Francisco na visita a Lisboa – “Jovens, não tenhais medo“. E a organização das jornadas não teve medo, pois receber um milhão e meio de pessoas não é fácil, mas foi um desafio superado, sem incidentes de grande monta. 

Nota muito positiva para a Administração Interna, onde José Luís Carneiro está de parabéns, pois o sucesso destas iniciativas muito passa pela segurança, informação que os cidadãos obtêm e sentem e isso é transmitido pelas forças de segurança. Mas também ficaram as mensagens fortes. Muitos, eu incluído, gostaram da frase proferida pelo Papa Francisco – “um Homem só tem direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se”. Mas deixo só uma curiosidade: esta frase não é do Papa Francisco, mas sim retirada de um livro de nome “La Marioneta”, de Johnny Welch, muitas vezes também erradamente atribuído a Gabriel Garcia Marquez. Mas pormenores à parte, é uma frase excelente que devemos tentar usar na vida. Também foi uma ajuda ao Turismo de Portugal aquela referência à onda gigante da Nazaré. 

No entanto, as palavras mais marcantes ouviram-se quando o Papa pediu para todos repetirem – “Todos, Todos, Todos!” …e eu acrescentaria MAIS UM. Esse MAIS UM surpreendentemente são muitos membros da própria Igreja Católica. Esteve bem o mais alto representante da Igreja Católica, mas esta é uma mensagem mais para dentro do que para fora. 

Voltando a João Paulo II quando dizia aos Jovens numa das jornadas anteriores que – “o futuro depende de vossa maturidade”, esta oportuna afirmação deve ser sobretudo escutada no interior da Igreja e muita maturidade se precisa para ultrapassar o mau momento que acredito seja passageiro no interior da Igreja Católica. Depois das Jornadas Mundiais da Juventude em Portugal os olhos ficam na organização e no interior da Igreja Católica. Estamos todos à espera de ver como se vai comportar esse MAIS UM.  

“Apenas os que dialogam podem construir pontes e vínculos.” Papa Francisco 

Vítor M. Silva/MS

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER