Vítor M. Silva

O “dossier” Cereais

 

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Acompanho diariamente a penosa situação que se vive na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. Um dos muitos problemas transversais é o do transporte de cereais através do Mar Negro para tantas partes do mundo que lutam contra a fome. Embora, tem que se dizer, existiu e existe um grande esforço do Sr. Erdogan para a resolução deste grande problema. Este tem sido um dossier de difícil solução e até mesmo nefasto para muitos países. A mediação da Turquia e das Nações Unidas com as partes em conflito levou a acordos que de dia para dia ganham e perdem sentido para as partes.

O Presidente turco não mencionou uma possível concessão ao lado russo, mas agradeceu ao Presidente russo, Vladimir Putin, ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pelas várias tentativas de resolução.

Ao bloquear os portos da Ucrânia, a Rússia colocou o mundo à beira da fome.

É urgente que a exportação e transporte de cereais no Mar Negro seja uma realidade para os países da África, Oriente Médio e partes da Ásia que dependem do trigo, cevada, óleo vegetal e outros produtos alimentícios acessíveis da Ucrânia. Especialmente porque a seca causou muitas vítimas em algumas partes do mundo.
Este acordo permite a exportação de mais de 30 milhões de toneladas de cereais ucranianos, mais da metade dos quais são exportados para países em desenvolvimento. China, Espanha e Turquia são os maiores recetores deste produto – por causa disso, a Rússia diz que os alimentos não estão a ser enviados para os países mais pobres. Os cereais ucranianos foram exportados para países desenvolvidos para alimentação animal, enquanto que para consumo humano foi para economias emergentes. No entanto o acompanhamento dos fluxos comerciais mostra que a Rússia exportou mais de quatro milhões de toneladas de trigo em abril, o maior volume de exportação nos últimos cinco anos. Prevê-se que a exportação de trigo russo em 2022 e 2023 seja igual a 44 milhões de toneladas.

É crucial manter a rota marítima do Mar Negro agora que estamos em pleno mês das colheitas.

É claro que a Ucrânia também pode exportar os seus cereais por rotas terrestres pela Europa, mas essas rotas têm menos capacidade em comparação com os embarques marítimos e como sabemos causaram grandes disputas no seio da UE.

Enquanto isso, países como Marrocos, Tunísia, Argélia, Síria e África Oriental, como os maiores importadores de alimentos, enfrentam secas e problemas económicos, que provavelmente mantêm os preços dos alimentos elevados.

Este não é um problema que se passa lá para o Leste da Europa, este é um problema que está a arrastar o mundo para deficits económicos e subidas da inflação.

Vamos estar atentos. Esta resolução pode melhorar a economia mundial, e bem precisamos.

“Cada dia a natureza produz o suficiente para a nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome”.

Mahatma Gandhi

Vítor M. Silva/MS

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