Vítor M. Silva

Medicrodidade política

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Ponto prévio: todos nós podemos cometer erros. Hoje escrevo para políticos da direita e da esquerda. Conservadores e Liberais. As notícias de responsabilidades políticas em questões, mais ou menos, polémicas vem-se acentuando nas últimas semanas, basta ligar a televisão, ouvir a rádio ou ler jornais, isto já para não falar noutros meios de comunicação mais rápidos, olhando simplesmente para o telefone ou computador. Na verdade, ao custo de vida, à inflação, aos juros e a todo o stress à volta do que as famílias têm sofrido, de vez em quando, vem sobrepor-se um escândalo político.

Como disse acima, no princípio desta crónica os nossos representantes políticos devem aprender com os seus erros, para poder permanecer mais tempo no seu cargo e assim poder assumir mais responsabilidades e ajudar melhor o país. Na melhor das hipóteses, o erro leva a algo bom, como a descoberta da América por Colombo. Na pior das hipóteses, o erro tem consequências devastadoras, como o suicídio de Romeu ao presumir que Julieta adormecida estava morta.

Lirismo à parte, esta assunção de responsabilidades está longe de ser uma realidade, sendo substituída por desculpas muitas vezes medíocres. De fora a população pensa imediatamente em demissões e em julgamentos públicos, admito umas vezes com razão, mas também muitas das vezes a “montanha pare ratos“.

Entendo que estes erros de certas pessoas, especialmente políticos eleitos, prejudicam a confiança na democracia o que leva a crescer não só o ódio como os movimentos de extrema-direita e a única consequência deve ser a demissão de quem comete os erros.

Mas o simples facto de se demitir não é suficiente – devem ser exigidas responsabilidades. Muitas das vezes os atores políticos estão mais preocupados em “salvar a face” – quando esta está irremediavelmente perdida.
Mas tudo começa antes das eleições, onde o tom frequentemente acusador, retórico e rude do atual debate político e da campanha eleitoral afeta a capacidade e a força dos políticos e de todos nós para assumirmos responsabilidades. Como? Eleva a fasquia e cria ódios, onde muitos só têm no horizonte próximo derrubar o adversário, e todos ficam mais frágeis, mas mais frágil fica sobretudo a política e a visão que o povo tem dos seus intérpretes. Enquanto os políticos tentam abater-se uns aos outros, as ameaças reais de colapso climático global, guerra e migração em massa, crise socioeconómica e um futuro incerto estão aí à nossa frente. Precisamos urgentemente de elevar a classe de políticos, assim como de cidadãos que possam colaborar, mudar perspetivas e talvez até aproveitar os maus exemplos de muitos políticos que por aí andam, para evitar estes e alterar completamente o rumo dos acontecimentos. Chega de mediocridade, que quem erra tenha vergonha e assuma os erros que cometeu.

“O governo não é uma razão, também não é eloquência, é força. Opera como o fogo; é um servente perigoso e um amo temível; em nenhum momento se deve permitir que mãos irresponsáveis o controlem.” – George Washington

Vítor M. Silva/MS

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