Augusto Bandeira

Tudo nasce para crescer, o futuro depende das capacidades de como sobreviver

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Assim como todo o cidadão, nasce, mais tarde começa a gatinhar, depois dá as primeiras falas e segue em frente. Depois vêm os sonhos, os desejos de ser. Na realidade todos têm direito a sobreviver. Nós, humanos, esquecemo-nos muito rápido que para os primeiros passos alguém nos ajudou, para comer alguém nos meteu a comida na boca e nos ensinou a usar uma colher, nos primeiros dias da primária alguém nos ensinava as primeiras letras – sempre para tudo fez e faz falta ajuda, se assim não fosse como se podia sobreviver e chegar mais longe, crescer na vida. Na aprendizagem, no primeiro emprego, no início de uma atividade, sempre fez e fará falta muita ajuda.

Agora viremos a página do jornal e vamos olhar para um problema que já se vem a notar estar em decadência desde há muitos anos. Eu recordo-me que, por volta do ano 2012, muito se falou e escreveu sobre a sobrevivência dos jornais em papel. Na altura já se falava no problema do tamanho dos jornais – a desculpa era que as mesas do café começavam a ser pequenas para o tamanho dos jornais -, e nessa altura muitos jornais reduziram o tamanho, os próprios transportes públicos reduziram o espaço para poder colocar mais pessoas sentadas, até as próprias empresas de aviação começavam a reduzir o tamanho dos bancos/assentos, começava-se a sentir falta de tudo para se poder ler à vontade, mas o maior problema foi quando se começou a notar a crise. Essa crise que se tem vindo a sentir nos últimos 10 anos, tem-se vindo a notar no grande decréscimo na principal fonte de receita, a publicidade. Cada vez mais nota-se a falta de comerciantes a publicitar os seus estabelecimentos, sendo essa a fonte de receita para segurar um jornal.

Se bem se lembram, nos comércios havia montes de jornais para se levar, hoje nota-se que reduziram as quantidades, e se olharmos para a comunidade portuguesa ainda há bem pouco tempo havia uma quantidade elevada de jornais. E hoje?

Jornais que foram sempre gratuitos, mas segundo estatísticas e estudos, o que está para vir pode ser ainda pior. Se o pior se espera em países como Portugal, onde todos os jornais e revistas são pagos, nada é gratuito, e já começam a sentir dificuldades, imaginem por terras onde os jornais são gratuitos como acontece em Toronto. Isto começa a dar voltas à cabeça e dá para pensar.

Que futuro têm os jornais? A pandemia mudou muita coisa e as estratégias financeiras para os jornais na comunidade portuguesa, para responder a esta crise, não estão a ser fáceis. Sem receitas de publicidade não será possível. Os empresários da comunicação até quando é que vão continuar a oferecer um jornal que só a impressão custa uma fortuna? As receitas, nota-se pelos anúncios, cada vez são menos e os ordenados aumentam, o papel aumenta e os jornais continuam a ser gratuitos. Eu muitas vezes pergunto a mim próprio por quanto tempo mais é que se vai continuar a ter jornais?

Como todos nós sabemos tudo tem um fim, se não houver comida para a boca, morre-se. Nesta questão em concreto, sem receita de publicidade… pode acabar tudo.

Problemas aparecem sempre, o importante é arranjar soluções. Neste caso não vai ser fácil. Ou o setor empresarial investe em publicidade para ajudar na sobrevivência ou um dia podemos dizer adeus aos jornais da comunidade.

Se gosta de leitura e ser informado sobre atualidade da nossa comunidade, sempre que se deslocar a um comércio incentive os proprietários a fazerem publicidade nos jornais que adora ler. É a única forma de se conseguir aguentar os jornais da comunidade.

Estar informado também faz crescer algo em nós, mas para que a informação continue a chegar-nos muita coisa vai ter de mudar.
Bom fim de semana.

Augusto Bandeira

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