Todos querem ser, mas poucos conseguem… Será que uma mudança ajuda a que as coisas sejam diferentes?

Depois de tantos artigos de opinião sobre a política da atualidade e das desgraças que se têm vivido, devem pensar – será que vem mais um artigo de opinião sobre política? Não, porque eu gosto de prometer e cumprir. Se bem se lembram num dos artigos de opinião neste jornal eu prometi que iria opinar sobre umas histórias que se ouviam na praça pública. Como eu ando muito atento aos acontecimentos houve algo que me chamou atenção para uma coisa que não está nada bem. 95% da comunidade concorda e diz exatamente o mesmo, mas não tem coragem de o dizer publicamente.

Já desafiei alguns considerados mestres, a escreverem ou dizerem em público, que o muito tempo no poder muitas vezes prejudica o andamento de muitas coisas, mas também temos de ter em consideração o que se foi fazendo ao longo dos anos. As pessoas esquecem-se que tudo tem um fim e é muito importante quando nós sabemos sair pelos próprios pés, tipo, não esperar que nos coloquem na rua. Depois de muitos anos no poder podemos ser obrigados a sair por uma porta muito pequena. Tudo se pode evitar. A maioria sabe que a transparência em certas decisões, para o bem das organizações culturais, para o bem da comunidade, não tem sido a melhor. Há coisas que se fazem como se fossem donos de tudo. Quando se vem a saber já está tudo decidido. Isso é muito mau e transmite falta de transparência e lealdade para com os colegas. Uma falta de respeito, embora muitas das vezes essas pessoas até tem um passado muito forte e dedicado, só que com o tempo passaram a gerir como se fosse a casa própria. Nada contra e até merecem respeito e devem ser reconhecidas pelo trabalho desempenhado em prol da comunidade, mas deviam sair e ajudar para que haja uma mudança de ideias produtivas e não prejudicar o desenvolvimento. Há pessoas com capacidade de levar o barco a bom porto, os que estão não são os únicos capazes, que tenham calma.

As coisas acontecem sempre por uma razão. Segundo se ouviu na praça pública, alguém está cansado de ser sempre do mesmo, tipo os espetáculos, se não é o Zé, é o Tone, isto cansa e começa a ser sempre o mesmo cheiro. Para o bem ou para o mal, alguém decidiu candidatar-se, pelo menos anda na boca do povinho que já há um candidato ao cargo. Na minha opinião, até devia de haver mais, era sinal de que as pessoas estavam atentas, mas para tudo tem de se ter perfil e saber ser. Vontade todos têm. O tempo é o maior inimigo do ser humano quando se tenta envolver, mas acima de tudo é necessário ter conhecimentos, ter uma agenda e confiança das pessoas. Parece fácil, mas não é. Um bom líder tem que ter as características completas para liderar seja o que for. Quando uma pessoa decide ser candidato e alguém lhe dirige uma crítica, tem de saber gerir essa crítica, não é ir por detrás das costas e responder com linguagem não muito agradável, se assim for não pode ser líder. Tem de saber ouvir e responder olhos nos olhos, aceitar uma crítica e saber gerir a mesma, falta esse saber ser a muitos que querem ser os líderes de certas instituições.

Façam cuidado porque as paredes ouvem, e os nossos amigos também são amigos dos outros e, logo que possível, vão dizer a essa pessoa que lhe dirigiu a crítica. Uma pessoa que saiba lidar tem de saber reconhecer os limites pessoais, tem que saber reconhecer os méritos dele e mais os dos outros. Respeitar! Isso tem faltado em grande parte. Tem de saber tomar decisões depois de ouvir outras opiniões. Tem de saber pedir ajuda quando precisa e não julgar que só ele está certo e acima de tudo saber assumir responsabilidades e não culpar os outros pelo que não partilhou e decidiu sozinho. Estas são algumas coisas que têm faltado e parece que vão continuar a faltar. Não contem com os vizinhos ou familiares, esses muitas vezes faltam. Não queiram um lugar para se promoverem, aceitem pelo saber e pela capacidade, não façam do posto que ocupam uma forma de subir na vida e na carreira etc., isso só vos vai trazer problemas.

Para um bom entendedor acho que transmiti a minha opinião, aos existentes não se julguem insubstituíveis, aos que pretendem entrar preparem-se bem e estudem bem a lição, casa mal-arrumada / organizada pode trazer problemas. Nunca um líder de uma instituição cultural se deve envolver em casos políticos, não misturem política com cultura tradicional.

Para a próxima semana se o que nos rodeia não me despertar, continuarei com o mesmo assunto.
Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS