Opinião

As crianças já estão ou podem vir a ser afetadas

O isolamento devido à covid-19 está a fazer-se sentir nas próprias crianças e nada está a ser preparado para o futuro que se aproxima, que é o novo ano letivo.

 

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No próximo ano letivo as crianças podem vir a ter turmas reduzidas e aulas em dias alternados, isto é, numa turma de 30 alunos só 15 podem ir às aulas e assim será alternado para reduzir o número de crianças durante as aulas.

 

A Covid-19 chegou, não pediu licença para entrar e já estamos todos a aprender a lidar com ela. Os médicos, investigadores e autoridades de saúde andam preocupados e procuram compreender e gerir a gravidade da situação. Os governos, com ajuda das autoridades de saúde, vão aplicando estratégias que consideram adequadas e procuram aplicar todos os recursos que têm ao seu dispor para nos ajudar. Todo o cidadão vai sentindo o impacto gradual nas nossas vidas deste novo vírus – no fundo afetou todos em geral e notou-se uma grande igualdade entre todos. Ninguém ficou inferior a ninguém, todos nós passámos a olhar as coisas de forma muito diferente. Segundo os entendidos ainda está muito para vir e que nos vai ensinar ainda muito mais – podemos sentir uma ronda ainda mais forte, próximo do final do ano, e não vejo ninguém a tomar medidas para a preparação dos mais novos. Temos que estar atentos ao impacto psicológico que esta situação pode ter em crianças e adolescentes, mas mais nos adolescentes. Há vários aspetos a ponderar como o medo de serem infetados, o stress prolongado nos próprios, a falta de contacto com os amigos, os colegas e os professores. Este isolamento pode gerar frustração, irritação, uma simples situação financeira familiar em casa pode agravar a situação.

É urgente uma comunicação próxima e aberta com as crianças, é essencial para identificar quaisquer problemas físicos ou psicológicos e para confortar as crianças em isolamento prolongado, como está a acontecer. Se nós adultos sentimos algo que nos falta imaginem uma criança. Será muito importante motivar as crianças a manter um estilo de vida saudável em casa, que não é fácil, mas vai ter que se ir contra as escolhas dos próprios. Será necessário haver atividades físicas, manter uma dieta equilibrada, manter o sono como que se tudo fosse normal, a rotina diária seja como antes de tudo acontecer, antes do isolamento.

Esperemos que não, mas durante o isolamento pode haver conflitos domésticos e a tensão com os adultos pode aumentar, assim como a ansiedade e o medo de serem infetados, medo de serem afetados economicamente. No dia 13 de julho ouvia nos noticiários portugueses que uma grande percentagem da população portuguesa está desempregada, uns em layoff e outros que perderam o emprego – meus caros,  isto é assustador. Ninguém se pode esquecer que os adultos são exemplo importante de comportamentos saudáveis para as crianças, que as pode ajudar a desenvolver a sua autoregulação e o estado de saúde e de bem-estar. É fundamental que haja um equilíbrio dentro dos lares e para isso todos se devem preparar para procurar soluções para as necessidades de cada um, é importante evitar conflitos.

A ser verdade, no próximo ano letivo as crianças podem vir a ter turmas reduzidas e aulas em dias alternados, isto é, numa turma de 30 alunos só 15 podem ir às aulas e assim será alternado para reduzir o número de crianças durante as aulas. Nos restantes dias ficam em casa. Aqui ficam questões a ponderar e que me fazem confusão: como vai uma mãe ou um pai nos dias que os filhos tiverem que ficar em casa resolver a situação? Vai deixar de trabalhar? E quem vai pagar as contas? Nem todos têm capacidade para ajudar os filhos no formato “online school”, será que quem vier a tomar conta das crianças, se houver alguém, tem condições para o fazer? Ainda não vi nenhum governante a dar soluções, nem por cá nem do outro lado do Atlântico, a não ser impor regras. Esquecem-se que nem todos têm a carteira do mesmo tamanho e, no fundo, quem sai prejudicado são as crianças. Nunca os cidadãos tiveram tanta necessidade em estar unidos e ajudarem-se uns os outros, especialmente na parte que envolve crianças. Não nos podemos esquecer que é possível que esta realidade de risco de pandemia seja mais frequente no futuro. Vamos ter que aprender a aprender a lidar com situações como esta, porque no futuro tudo vai mudar. Vamos ter que assumir coisas que ninguém esperava que pudessem vir a acontecer.

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