Editorial

A guerra das vacinas

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Cartoon Stella Jurgen

O mundo continua na sua luta contra os não-vacinados nos países desenvolvidos, enquanto “os países a quem falta tudo” tentam colocar as primeiras injeções nos braços. Muitos dos que foram duplamente vacinados estão a olhar para aqueles que não foram como piranhas ameaçadoras, que estão a colocar a segurança e qualidade de vida das pessoas em risco. Esta retórica perigosa, de ambos os lados, resultará em consequências desastrosas e, consequentemente, na destruição do bem-estar mental de todos.

O que costumava ser tido como “cuidados de saúde são um direito humano” transformou-se no “não acesso a cuidados de saúde para os não-vacinados”. Foi declarada uma jihad maligna contra os canadianos e americanos que não estão vacinados. “Nós contra eles” é o grito de guerra que a fação da população vacinada carrega contra aqueles que não se vacinaram, argumentando que esses alienígenas decidiram colocar as nossas vidas em perigo ao não levarem a vacina. Serão os anti vacinas seres intelectualmente defeituosos que não entendem a consequências que impõem ao resto do mundo? Na verdade, a fação anti vacina é, na sua maioria, constituída por indivíduos inteligentes e com elevado grau de escolaridade que escolheram um caminho, que inclui a opção de não confiar no sistema, mas particularmente na Big Pharma. A tendência sociopática dos governos de decidir que milhões dos seus cidadãos são menos merecedores de proteção à saúde é lamentável e, a longo prazo, perigosa. Mas porque é que aqueles que têm vindo a seguir as regras contra esta guerra pandémica se preocupam se os não-vacinados vivem ou morrem, já que estão a fazer escolhas inconsistentes com pedidos razoáveis que poderão salvar as suas vidas, a vida de outros e contribuir para a melhoria económica de todos os cidadãos do país?

A recuperação da economia do Canadá dependerá muito do comportamento dos não-vacinados. Mentalmente, os cidadãos deste país querem sentir-se confortáveis na ideia de que os seus contributos para a normalidade estão a fazer a diferença na guerra contra a Covid. O conceito de normalidade refere-se a fazermos as coisas a que estávamos habituados, tal como viajar ou desfrutar de uma refeição num restaurante. Aqueles que escolheram estar do outro lado tornaram-se traiçoeiros do sistema ao espalharem informação incorreta e muitos criam ainda documentação falsa para confirmarem que estão vacinados. Estas ações são uma chapada na cara daqueles que seguem as regras e devem ser tratadas como ações criminais merecedoras de pena judicial numa instituição penal.

As reversões abruptas de determinadas medidas, por parte do governo, incentivam à fraude devido às mensagens inócuas de que se devem proteger os direitos de todos os cidadãos. A conveniência política do partido que está no poder deve ser removida da balança, no que diz respeito ao que está certo ou errado, não encorajando a cobardia precisamente por conveniência política. O público precisa de mensagens proativas e concretas, afirmando inequivocamente que as vacinas são obrigatórias e nada menos que isso será aceitável. Os sites que promovem manifestações justas contra instituições legais e cidadãos devem ser encerrados e os seus promotores tratados como terroristas. Muitos consideram que os médicos, enfermeiros e profissionais de saúde que promovem as vacinas são bio fascistas que acham que os ostentadores do antitudo não são merecedores de cuidados de saúde, mas será que estão errados? Se escolhem ficar doentes, propositadamente, deverá o sistema de saúde público cuidar deles? Tome conta de si primeiro e depois merecerá todos os direitos humanos que a sociedade lhe pode providenciar.

A Covid-19 está agora a ser chamada de “pandemia dos não-vacinados”. Apesar de poder parecer pouco produtivo utilizar esta referência, o facto é que a recusa da vacina nos tem custado a todos. Nos Estados Unidos da América, 80 milhões de pessoas continuam sem a primeira dose e o Canadá abriu as suas fronteiras aos americanos. Sem dúvida que devemos estar preocupados com o impacto dos americanos e dos cidadãos de outros países que atravessam as nossas fronteiras com pouca informação ou informação falsa sobre a vacinação.

Está na altura de ser conduzida uma campanha positiva para divulgar os aspetos favoráveis da vacinação e para garantir, àqueles que podem sentir que a sua autonomia está a ser comprometida, que existe uma motivação positiva muito maior por detrás da decisão pela vacinação.

Vamos parar com a cobardia e estigmatização dos cidadãos através da implementação de regras de vacinação, não abertas a negociação, que não podem ser contrariadas. Talvez um pouco de ordem fascista seja o que precisamos para resolver esta guerra.

Fique bem.

Manuel DaCosta/MS


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Cartoon Stella Jurgen

Vax War

The world continues its fight against the unvaccinated in developed countries while the “have-not countries” try to get the first shots into arms.  Many who have been doubly vaccinated are looking at those who have not as menacing piranhas who are placing people’s safety and quality of life in jeopardy.  This dangerous rhetoric from both sides will result in damaging consequences and consequentially in the destruction of the mental well-being of many.  What used to be “health care is a human right” has morphed into “no health care for the unvaxed”. 

An evil jihad has been declared against unvaccinated Canadians and Americans.  “Them against us” is the war cry that the vaccinated faction of the population carry against those who have not by arguing that these aliens have decided to put our lives in jeopardy by not getting the shot.  Are anti-vaxers intellectually deficient who do not understand the consequences caused to the rest of the world?  In fact, the anti-vaxer faction are for the most part, highly educated and intelligent individuals who choose a path for themselves, which includes the option not to trust the establishment but particularly the big pharma.  Sociopathic tendencies of governments to decide that millions of its citizens are less deserving of health protection is unfortunate and dangerous in the long term.  But why should those who have followed the rules against this pandemic war care whether the unvaxed live or die if they are making choices inconsistent with reasonable requests which may save their lives, the lives of others and contribute to the economic betterment of all the country’s citizens?

The recovery of Canada’s economy will depend largely on the behaviours of the unvaxed.  Mentally the citizens of this country want to feel comfortable that their contributions to normalcy are making a difference in the war against Covid.  Normalcy means doing the things which we are accustomed to such as travel or enjoying a meal at a restaurant.  Those who have chosen to be on the other side have become deceivers of the system by spreading misinformation and many creating false documentation to confirm that they are vaccinated.  These actions are a slap on the face on those who follow the rules and should be treated as criminal actions deserving of time in a penal institution.  Governments flip-flopping encourage cheating because of innocuous messages that the rights of every citizen must be protected.  The political conveniency of party in power must be removed from the balance of what is right and wrong by not encouraging cowardice for political expediency.  The public needs concrete and proactive messages stating unequivocally that vaccines are mandatory and nothing else is acceptable.  Websites promoting righteous demonstrations against lawful institutions and citizens should be shut down and its promoters treated as terrorists.  Many consider doctors, nurses, and other healthcare workers who promote vaccines as bio-fascists who feel that flaunters of anti-all are undeserving of healthcare, but are they wrong?  If you choose to be sick purposely, should the public healthcare system take care of you?  Take care of yourself first and then you will deserve every human right society can provide you. 

Covid-19 is now being called “the pandemic of the unvaccinated”.  While it may not be productive to use this reference, the fact is that the refusal to be vaccinated has cost all of us.  In the United States 80 million people remain without the first shot and Canada has opened its borders to Americans.  Surely we should be concerned about the impact of Americans and citizens of other countries who cross our borders with deficient or fake vaccine information. 

It’s time to undertake a positive campaign to market the positive aspects of vaccinations and ensure those who may feel that their autonomy is being compromised that there is a much bigger positive motivation behind their vaccine decisions.

Let’s stop the cowardice and stigmatization of citizens by implementing non-negotiable rules for vaccination that can’t be countered.  Maybe a little fascist order is needed to resolve this war.

Be Well.

Manuel DaCosta/MS

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