Saúde & Bem-estar

Uma pedra… nos rins!

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“Ter uma pedra no sapato”, que é como quem diz ter um problema, que nos está a causar algum tipo de desconforto, por resolver. Ora com certeza quem inventou esta expressão tão usada pelos portugueses não estaria a referir-se a algo verdadeiramente incomodativo… caso contrário teria dito: “uma pedra nos rins”!

Afinal, os cálculos renais provocam uma das piores dores que o ser humano pode sentir, sendo mesmo comparadas às do parto e às provocadas por doenças como cancro e enfarte, segundo a literatura médica.
A litíase renal, nome científico desta condição, pode afetar qualquer pessoa, mas existem claramente fatores de risco que potenciam o seu aparecimento.

AS DOENÇAS RENAIS

Antes de mais é importante realçar que os rins são um dos mais importantes órgãos para o equilíbrio do nosso organismo, desempenhando um papel fundamental como regulador homeostático. Daí a importância de estarmos alerta para os sinais de que algo possa não estar bem.
Entre os fatores de risco de desenvolvimento de uma doença renal estão aqueles que podem ser modificáveis – ou seja, sobre os quais podemos exercer influência – e os não modificáveis. Nestes últimos incluem-se:

  • Prematuridade ou baixo peso à nascença
  • História familiar de doença renal
  • Envelhecimento

Já entre os fatores de risco modificáveis estão:

  • Hipertensão arterial
  • Diabetes
  • Obesidade
  • Consumo frequente de anti-inflamatórios não esteroides
  • Episódios repetidos de infeção urinária
  • Litíase renal (pedra nos rins)
  • Obstrução urinária (ex.: associada a hipertrofia da próstata)
  • Tabagismo

Entre os sintomas poderão estar, numa fase inicial, alterações das características da urina (como por exemplo urina com espuma ou sangue). Mais tarde poderão surgir outros como cansaço, inchaço das pernas, perda de apetite, náuseas, vómitos, alterações da concentração e alterações do sono.
Estima-se que cerca de 10 a 15% da população mundial sofra de doença renal crónica.

MAS ENTÃO, O QUE SÃO AS PEDRAS NOS RINS?

As pedras nos rins – uma das mais comuns doenças renais – são um género de massa sólida, resultante de material que se cristaliza no rim a partir de sais minerais presentes na urina. Estas podem aí ficar durante muito tempo – anos, até – sem que provoquem qualquer tipo de sintoma. No entanto, quando estas se deslocam para a bexiga através do ureter – um tubo muito fino e sensível que liga os rins à bexiga – provocam a cólica renal, caracterizada por dores excruciantes e praticamente insuportáveis. As pedras nos rins podem ainda causar perda de sangue na urina (hematúria) ou infeções renais (pielonefrite).

De forma simplista, os cálculos renais podem surgir por conta de fatores genéticos e/ou ambientais. Ao contrário do que se possa pensar – e desejar – acabam por ser bastante comuns.

Sabe-se que os homens apresentam o dobro da tendência para desenvolvimento desta patologia em relação às mulheres, sendo que, por norma, o primeiro episódio ocorre por volta dos 30 anos. Já entre as mulheres existem dois picos de incidência – aos 35 e 55 anos. Regista-se também um aumento de cerca de 20% do número de casos de cálculos renais no verão, já que nessa estação, com o aumento das temperaturas, transpiramos mais e, portanto, perdemos líquidos essenciais – tal provoca a concentração de sais minerais na urina. Mais ainda, pode haver tendência para uma alimentação menos saudável e deficiente hidratação.

Outros fatores que podem aumentar a probabilidade da sua ocorrência são:

  • História familiar de litíase urinária (pedra nos rins)
  • Obesidade
  • Baixo débito urinário
  • Patologias em certas glândulas ou nos rins
  • Determinados medicamentos e suplementos
  • Baixa concentração urinária de elementos protetores como o citrato ou magnésio (que ajudam a inibir a formação de cálculos).

A MAIOR DE SEMPRE

No passado mês de junho, médicos das Forças Armadas do Sri Lanka anunciaram que haviam realizado com sucesso uma cirurgia de remoção da maior e mais pesada pedra no rim do mundo: nada mais nada menos do que uma pedra com 13,372 centímetros de comprimento e com 801 gramas de peso! Soube-se também que a cirurgia de remoção foi feita por três médicos a um paciente de 62 anos.

Mas para que tenham realmente ideia do tamanho deste cálculo renal podemos colocar a coisa nestes termos: era do tamanho de uma uva, do comprimento de uma banana e com o peso de quatro hamsters!
O seu tamanho e peso realmente impressionantes quebraram dois recordes mundiais, reconhecidos pelo Guinness World Records – os anteriores eram de 13 centímetros de comprimento, estabelecidos na Índia em 2004, e 620 gramas de peso, registados no Paquistão em 2008.

Inês Barbosa/MS

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