Portugal pede extradição de jovem hacker que corre o risco de passar 57 anos na prisão
Portugal vai pedir a extradição do hacker português que está em risco de ficar preso 57 anos nos Estados Unidos da América. Diogo Santos Coelho está detido desde 2022, por suspeitas de ter criado o maior fórum de piratas informáticos do mundo, onde mais de 10 mil milhões de dados roubados foram postos à venda.
“Confirma-se ter sido apreciada a reclamação hierárquica apresentada pela defesa e deferido o pedido de emissão de mandados de detenção internacional com vista à extradição e entrega do denunciado a Portugal para efeitos de procedimento criminal”, confirmou, esta quarta-feira de manhã, ao JN, o Ministério Público.
A decisão, inicialmente avançada pela CNN Portugal, passa agora para as mãos da justiça britânica (onde o jovem está detido) que terá de escolher entre o pedido de extradição português e norte-americano.
Diogo Santos Coelho é apontado pelo FBI como o grande mentor e responsável máximo pelo RaidForums, o maior mercado e ponto de encontro virtual de piratas informáticos, com meio milhão de utilizadores. Neste fórum, era possível comprar o acesso a bases de dados com milhares de milhões de cartões de crédito e números de contas bancárias.
A Operação Tourniquet da Europol, que contou com a participação da Polícia Judiciária (PJ), não só encerrou o fórum como deteve Diogo Coelho e dois cúmplices e apreendeu as infraestruturas do fórum.
Segundo um comunicado da PJ, foram realizadas várias buscas domiciliárias em território nacional que “conduziram à apreensão de bens materiais de elevado valor monetário e de um acervo de bases de dados que permitirão determinar a total abrangência dos factos, recolha de prova, eventual recuperação da informação exfiltrada e cabal incriminação dos autores”.
A Europol adianta que a ação realizada foi o culminar de um ano de “meticuloso planeamento” e troca de informações entre as autoridades de vários países que permitiu identificar os alvos principais e diferentes agentes do fórum: administradores, responsáveis pela lavagem do dinheiro, os encarregados de roubar as bases de dados e os compradores das mesmas.
JN/MS
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