Em 1985 o brilhante cientista Carl Sagan alertou o Congresso Americano sobre a desregulação climática que o atual modelo civilizacional estava a provocar no frágil equilíbrio da Terra.
Passaram 38 anos sobre o alerta do conceituado cientista planetário, e que fizemos nós? Continuámos a desenvolver indústrias e modelos de vida assentes numa poluição desenfreada.
Eis que se confirmam os piores receios… O ano de 2023 foi o ano mais quente globalmente desde que existem registos, desde 1850, ou seja, em 173 anos. Em diversos modelos desenvolvidos sobre as eras climáticas no planeta, seria suposto estarmos a entrar numa fase glaciar. Ora imaginem se assim não fosse… significa que o impacto das atividades humanas no clima seria ainda maior.
A lista de eventos climáticos extremos no mundo no corrente ano é imensa e assustadora.
- Janeiro – 19 eventos – 279 mortos – 31 feridos – 22 desaparecidos
- Fevereiro – 11 eventos – 330 mortos – 3 desaparecidos
- Março – 10 eventos – 171mortos – 71 desaparecidos
- Abril – 9 eventos – 18 mortos – 128 feridos
- Maio – 12 eventos – 1 072 mortos – 1 ferido
- Junho – 14 eventos – 296 mortos – 565 feridos – 38 desaparecidos
- Julho – 18 eventos – 345 mortos – 109 desaparecidos
- Agosto – 7 eventos – 56 mortos – 24 desaparecidos
No ano que ainda não terminou, já faleceram 2 567 pessoas, devido a inundações, tempestades elétricas, avalanches, deslizamentos de terras e incêndios devastadores. Desalojadas são dezenas de milhares, casas destruídas são milhares, prejuízos para as economias são de dezenas de milhares de milhões de dólares. Os números ainda não estão consolidados e só mais para meados de 2024 é que haverá valores aproximados da realidade. Faltam ainda nestes números as mortes e hospitalizações devido a vagas de calor.
Como o clima não tem fronteiras, porque essas só existem nas mentes humanas, os países afetados são de diversas latitudes e meridianos, desde a Itália, Espanha e Grécia, passando por Moçambique, E.U.A., Brasil, China, Japão, Rússia, Índia ou Canadá, por todo o globo as alterações climáticas têm provocado devastação, seja por tempestades ou por fogos. Existem produções agrícolas e agropecuárias comprometidas, e claro está, nos países menos desenvolvidos onde já grassa a fome, esta se tornará pior, como no ditado popular… “o pão do pobre cai sempre com o lado da manteiga para baixo”.
São décadas de avisos e alertas sobre o caminho errado que trilhamos, e continuamos sentados à espera, que quando vier a trovoada Santa Bárbara nos acuda…
“If we don’t do the right thing now, there are very serious problems that our children and grandchildren will have to face. We don’t have anywhere else to go. It’s this world or nothing.” -Carl Sagan – 1980
Redes Sociais - Comentários