Na zona de Guimarães e Braga as queixas sobre uma praga de percevejos têm sido muitas nos últimos dias.
O Percevejo-Asiático, Halyomorpha halys, parece ser o inseto identificado nesta invasão inesperada, sendo a sua maior atividade registada em Creixomil, concelho de Guimarães.
Se a identificação estiver correta, como veiculado pela Proteção Civil Municipal de Braga, este percevejo não constitui qualquer perigo para o ser humano ou para os animais, a não ser o incómodo quando em grande número e por exalar um odor forte e desagradável, não morde, não pica, não suga sangue, nem transmite doenças, ao contrário de alguns dos seus parentes como o caso do Percevejo-de-Cama, Cimex lectularius, que se alimenta de sangue humano e de outros animais, usualmente durante a noite. Este último, deixou Paris em estado de sítio no início do corrente mês.
Apesar de inofensivo para os humanos, o Percevejo-Asiático, é uma espécie exótica e invasora na Europa, estando a provocar elevados estragos em culturas, este polífago é capaz de se alimentar de mais de 300 espécies de plantas. Em comunicado de 2019 do Governo português pode ler-se:
“Esclarecimento sobre o percevejo asiático – Halyomorpha halys é um percevejo que tem vindo a causar preocupações em vários países terceiros, nos quais tem provocado estragos avolumados em várias culturas, designadamente em espécies de fruteiras. No território da União Europeia já sé conhecida a sua presença em pelo menos 15 Estados Membros, sendo Itália caso que suscita maior preocupação, onde se registam importantes estragos nas culturas. (…)
Face às características deste inseto, é expectável a sua dispersão pelo território da UE, em particular através do movimento de mercadorias, de meios de transporte e de pessoas, pelo que os agricultores devem estar particularmente atentos à eventual presença do inseto em maquinaria e bens que entrem nas suas explorações agrícolas. Em caso de deteção, deverão ser tomadas medidas de controlo. Além da luta química, estão já a ser estudadas formas de controlo biológico desta praga, nomeadamente o uso de agentes já usados em fase experimental em Itália. ” (https://www.portugal.gov.pt/pt/gc21/comunicacao/comunicado?i=esclarecimento-sobre-o-percevejo-asiatico).
Era previsível que alastrasse para Portugal, uma vez que existiam já populações consideráveis na Catalunha (Espanha).
O inseto viaja facilmente infiltrado em bagagens e embalagens, passando despercebido. Chegado a um novo território pode passar alguns anos sem ser notado, até atingir populações consideráveis, configurando então situações de pragas.
Em Portugal teme-se que poderão afetar gravemente várias culturas agrícolas, com incidência provável na produção de laranjas, tomates, peras e uvas. Noutros países europeus verificam-se perdas que chegam aos 90%.
Aparentemente as alterações climáticas não parecem favorecer este inseto, no entanto, a sua reprodução massiva é propícia com temperaturas e humidade elevadas. De qualquer forma, a ação humana é que potenciou a sua dispersão, o gigantesco número de viagens e transportes de mercadorias permitiu-lhes boleias confortáveis para qualquer parte do mundo.
Resta-nos apenas tentar conter e reequilibrar… Cada passo que damos, cada peça do puzzle que movimentamos, alteram o futuro e o funcionamento da Terra… tentemos descobrir que peças mover para que haja equilíbrios…
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