Quanto custa a tradição à mesa?
Portugal é dos países mais ricos no que à gastronomia diz respeito – não querendo puxar a brasa à nossa (excelente) sardinha, não é fácil encontrar um país tão, com uma cozinha tão diversificada, quanto o nosso. De norte a sul, são muitas as iguarias que fazem as delícias dos portugueses, especialmente, nesta quadra natalícia. Entre o bacalhau, o cabrito, o peru, as rabanadas e filhoses, conseguimos embarcar num verdadeiro roteiro gastronómico e encontrar pratos típicos do Natal de cada região de Portugal.
Mas uma coisa há em comum: a celebração é mais familiar do que nunca, com os preparativos a começarem durante a tarde do dia 24, de modo a que a Ceia fique pronta com todos os requintes que o momento pede.
Nas mesas das mais diversas famílias vemos uma toalha de linho bordada, quiçá herdada da avó e que só sai da arca em ocasiões especiais, a melhor louça, os copos de licor e os castiçais. A mesa vai ganhando vida com as decorações, fruto da criatividade que a ocasião desperta. Espalham-se amêndoas, avelãs, figos, passas e enfeita-se com ramos de azevinho, porque é dia da festa mais importante do ano.
Importante será dizer que, depois da Ceia, por norma sobrará comida e por isso, em algumas regiões do país ainda se mantém a tradição de se deixar tudo em cima da mesa, para que os anjos se satisfaçam.
Para quem vive a celebração do Natal na sua plenitude, depois da Ceia é obrigatório assistir à Missa do Galo – que acontece à meia-noite, hora em que se acredita ter nascido Jesus. Esta é uma cerimónia vivida pelos católicos romanos desde o ano 400. Nos países latinos, acredita-se que a missa tem este nome porque, segundo a lenda, a única vez que um galo cantou à meia-noite foi na noite em que Jesus nasceu. Outra teoria muito antiga diz que, antes de baterem as doze badaladas da meia-noite do dia 24 de dezembro, cada lavrador da província espanhola de Toledo matava um galo em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por altura da Sua morte. Depois a ave era levada para a igreja, a fim de ser oferecida aos pobres que, assim, podiam ver melhorado o seu almoço de Natal.
Hoje, a pensarmos nesta época festiva que se aproxima a passos largos e sabendo que os tempos não andam fáceis em termos financeiros, resolvemos trazer-lhe os preços (estimados) dos três menus da mais tradicional gastronomia portuguesa da época, para que consigamos entender quanto nos custará, afinal, uma refeição tão especial quanto esta. Trazemos apenas o essencial, sendo que apresentamos apenas os docinhos mais transversais a todas as regiões do país. Mas as bebidas não entram nesta equação, por ser algo que varia muito de mesa para mesa – consoante o gosto e a bolsa.
Fique atento caro leitor, porque depois desta matemática e de analisar esta semana se consegue suportar uma Ceia de Natal para a sua família, iremos trazer-lhe na edição especial de Natal do Milénio Stadium (que sairá no dia 23 de dezembro), as receitas de Rosa Bandeira, para que possa desfrutar das suas refeições com os melhores sabores possíveis.
Menus de Natal para 4 pessoas
Bacalhau Cozido com todos
- Bacalhau – $40,00
- Batatas – $5,00
- Couves – $6,00
- Ovos – $1,50
Total $52,50
Polvo com batatas a murro e grelos
- Polvo – $100,00
- Batatas a murro – $4,00
- Grelos – $6,00
Total $110,00
Peru Assado
- Peru – $50,00
- Batata – $5,00
- Arroz – $2,00
- Legumes – $5,00
Total $62,00
Extras: Bolos de Bacalhau – $18,00 / Pão – $4,00
Sobremesa: Sonhos – $8,00/ Rabanadas – $34,00/ Bolo Rei – $25,00
Catarina Balça/MS
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