Na filosofia da vida
Caros leitores,
Como estão nesta sexta-feira de abril?
Mais uma semana que nos deixou para trás e o tempo corre. Pelo menos vamos, e Deus assim o queira, ao encontro de duas mais suaves e menos frias. Porque, de resto, este século XXI entrou-nos porta dentro atroz e fugaz.
Uma guerra insólita para a qual não se veem tréguas no horizonte. Números de pessoas infetadas com Covid-19 a aumentarem, desde que os nossos políticos, brilhantemente, se lembraram de dizer “ah tirem lá a máscara e façam o que lhes der na real gana”. Filosofia da batata-doce. Estes políticos são superinteligentes. O que não inventam para serem reeleitos. Aguardem pela “pancada”. Os casos, dizia eu, que estão na ordem dos 100 mil por dia e as hospitalizações a ficarem perigosamente elevadas.
Boas notícias? Poucas, muito poucas, temos de ser nós a fazer a nossa própria notícia, escrever a nossa história e acreditar na nossa filosofia ou em qualquer filosofia, porque se estamos a aguardar ler coisas boas e bonitas nas redes sociais ou na televisão… sentados podemos ficar.
O apuramento para o Campeonato Mundial de futebol veio trazer uma alegria tremenda aos nossos dois países de apoio – Portugal e Canadá. Que lhes corra tudo muito bem, pois estes atletas bem o merecem e nós, enquanto aguardamos na bancada, com certeza os vamos apoiar seja qual for o resultado. Uma final com estes dois seria como “ouro sobre azul.”
Hoje e como não estou inclinada para alargar o tema de capa, lembrei-me de procurar por um poema de um Senhor que tanto admiro e com quem, por vezes, me identifico. Tal não são os stresses que assolam a vida, de uma forma ou de outra.
É o que é e há-de sempre valer o que vale.
Então, fiquem com esta oferta de mim para vós e deliciem-se. Porque nem só de filosofia vive o homem. Nem a mulher.
Até já, e às seis da tarde encontramo-nos na Camões Rádio/Facebook e Camões TV para mais um Roundtable.
Cuidem-se,
“Não basta abrir a janela”
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro
(Heterónimo de Fernando Pessoa)
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