Vítor M. Silva

Bons conselhos para ultrapassar a inflação

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A inflação está claramente na ordem do dia, não só pelo que lemos e ouvimos nos diferentes órgãos de informação, mas sobretudo porque sentimos a subida desta no nosso quotidiano. Na grande maioria das vezes interpretamos situações por sinais. Quando nos chegam notícias de que Chrystia Freeland, vice-primeira ministra e responsável pela pasta das Finanças no Canadá pode estar de saída para secretária-geral da NATO, imediatamente nos vem à cabeça que os próximos tempos não serão fáceis. É claro que os insultos que esta alta signatária governamental recebeu em Alberta também podem ter contribuído para as especulações que Chrystia iria abandonar o cargo. O que é certo é que com a saída do norueguês Jens Stoltenberg, Freeland está na “pole position” para lhe suceder.

Mas se o que falo atrás são suposições, o aumento por parte do Banco do Canadá da taxa de juro em 0.75% é uma realidade e aconteceu na passada semana, sendo que não ficaremos por aqui pois para combater os altos níveis de inflação precisa de subir ainda mais, para já a taxa de juro no Banco Central Canadiano situa-se nos 3.25%. Este aumento é já o quinto no período de um ano. Relembro que a taxa de juro se cifrou nos 0.25%.
Chegados aqui temos uma taxa de inflação de 7.6%, desceu ligeiramente comparada com os 8.1% de junho, mas mesmo assim não podemos, nem devemos, estar aliviados e tranquilos. Não são definitivamente boas notícias. A subida da taxa de desemprego para 5.4% em agosto passado não nos pode deixar indiferentes, tendo a economia canadiana perdido cerca de 50 mil empregos. Os canadianos precisam de mais ajuda para combater esta inflação. O governo tem que estar determinado e ser mesmo obsessivo na guerra contra o aumento destes números.

Para fazer face a este crescimento inflacionário e por “simpatia” do custo de vida, o Governo de Justin Trudeau vai duplicar os descontos de GST, oferece os tão propagados benefícios dentários a famílias com baixo rendimento, aumenta os subsídios por dependentes, leia-se menores ou jovens ainda a cargo dos pais. Quero, no entanto, lembrar que nenhuma destas soluções foi ainda implementada julgo por culpa do funeral da Rainha Isabel II, mas o Governo tem de fazer mais, parece-me muito pouco para tamanha necessidade. Mas também por parte da oposição de Pierre Poilievre ao querer promover a imprevisível criptomoeda como solução de combate mostra inequivocamente que não vai ajudar muito a resolver este grande elefante branco que dá pelo nome de inflação.

Para além das medidas governamentais também o cidadão comum deve fazer alguma coisa. Deixo estes conselhos para enfrentar melhor o que aí vem.

  1. Faça uma folha de Excel e administre os seus gastos e proveitos ao cêntimo.
  2. Pague as dívidas num plano o mais rápido possível.
  3. Use cartões de crédito com cash back.
  4. Antes de ir às compras no supermercado leia os panfletos das várias superfícies comerciais, compare e compre depois.
  5. Previamente a sair de casa para compras faça uma lista do que necessita siga-a à risca.
  6. Nunca compre bens alimentares antes de almoço ou jantar e sobretudo com fome.
  7. Evite investimentos que sejam de risco.
  8. É claro que mesmo em tempos mais estáveis se devem tomar estas medidas que descrevi, mas na minha opinião, nestes que vivemos, são imperiosas.
  9. “A única coisa a fazer com os bons conselhos é passá-los a outros; pois nunca têm utilidade para nós próprios”.
    Oscar Wilde

Vítor M. Silva/MS

 

 

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