Vítor M. Silva

Bancos mais sérios, por favor!

 

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Está ainda fresco na memória de todos, aconteceu há dias, que o Silicon Valley Bank na Califórnia, e o Signature Bank, de Nova Iorque, ambos nos Estados Unidos da América foram fechados por autoridades americanas após elas constatarem que as instituições não tinham recursos para garantir os depósitos anteriormente efetuados pelos seus clientes.

Na Europa, o sobejamente conhecido banco Credit Suisse precisou que o Banco Central da Suíça (um pouco contra vontade…) lhe “emprestasse” 50 bilhões de francos suíços (75 bilhões de dólares canadianos).
Em Portugal, os bancos continuam a mostrar claramente a sua insensibilidade social atroz. Escudando-se no crescimento do valor de consumo no ano de 2022, trataram imediatamente de subir mais ainda taxas de juro, comissões (claramente excessivas) e o preço a pagar pelas hipotecas das casas.

Como pode reagir a isto a população portuguesa, onde se acrescenta o aumento do preço dos bens alimentares e o aumento das rendas habitacionais, só para dar dois exemplos?

Do alto dos seus altos salários, os banqueiros parecem olhar para isto tudo com uma indiferença que no meu olhar é revoltante.

O Governo português na ânsia de ajudar os cidadãos interveio com um fundo de resolução para proteger os depositantes. Mas será que este foi usado para proteger os clientes que fizeram depósito ou os próprios bancos? O José Saramago chegou a questionar onde estava todo esse dinheiro dos bancos? Estava muito bem guardado. De repente, ele apareceu para salvar o quê? Vidas? Não. Apareceu para salvar os próprios bancos. Que palavras tão sábias! Tenha-se em atenção que 20 mil milhões de euros ao longo dos últimos 10 anos foi o que os contribuintes portugueses pagaram para financiar a banca.

Com a subida dos juros, os cinco maiores bancos em Portugal aumentaram 70% os seus lucros. Repito, 70%. Quase 500 trabalhadores foram dispensados do setor bancário português e foram fechados quase uma centena de balcões.

Os lucros são feitos à custa das pessoas e com aquilo que estas estão a pagar com tanta dificuldade.
Somos o quarto país da União Europeia onde os juros dos depósitos bancários são mais baixos, o que facilmente explica o grande lucro da banca também, assim os bancos cobram cada vez mais, mas oferecem cada vez menos.
Desde 1979 que não havia tão poucos depósitos em Portugal como em janeiro de 2023. Cerca de 10 000 famílias pediram ajuda para renegociar créditos, mas têm-se revelado operações quase impossíveis e muito difíceis na sua concretização.

Os créditos a particulares reduziram drasticamente.

Muitas famílias estão em emergência social e os Bancos cada vez metem mais medo aos clientes.
E já chega de os Bancos porem tantas dificuldades a tudo, muitas das vezes sem serem racionais, quando o cliente tem necessidades.

Precisa-se de muito mais seriedade por parte dos bancos.
Desde 2021, pela primeira vez, o consumo privado caiu neste último trimestre.
Cada vez temos mais pessoas a perder a casa, com claros prejuízos pessoais.
Hora de mudar, precisa-se de muito mais seriedade por parte dos bancos.

“O cofre do banco contém apenas
dinheiro; frustra-se quem pensar que lá encontrará riqueza.”
– Carlos Drummond de Andrade

Vítor M. Silva/MS

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