Vítor M. Silva

Alguém que dê um lenço para Infantino limpar as lágrimas

infantino - fifa - milenio stadium

 

É impossível nesta altura não respirar futebol. Escrevo o meu artigo sem saber do resultado de Portugal e sabendo da derrota do Canadá frente à Bélgica, mas que os canadianos não só não mereceram perder como lhe assentava bem a vitória. Aguardo com entusiasmo que os nossos jogadores portugueses nos brindem com uma conquista.

Fiquei pasmo com as declarações de Giorgio Infantino, com a panóplia de sentimentos que este demonstrou ter. Do alto de um dos salários mais elevados do mundo, Giorgio fez um rol de afirmações que deixou todos com vontade de chorar ou desligar a televisão. Sofreu bullying na escola porque tinha cabelo ruivo e sardas. Mas no momento presente este alto signatário da FIFA diz que se sente como gay, africano, árabe, decapitado. Todos ficamos com a sensação de que foram palavras “deitadas” fora. Palavras que só serviram para as pessoas esquecerem uma palavra maior chamada corrupção. Como é possível um Campeonato desta importância, aquele que todos esperam de quatro em quatro anos ser vendido e onde o único interesse foi proteger contas bancárias? Saúdo a postura da seleção alemã e da dinamarquesa que marcaram a sua posição contra aquilo que realmente se passa no local onde escolheram jogar a mais bela competição que existe. Este discurso só fez com que ficasse claro que a falta de respeito pelos direitos humanos aconteceu antes e continuará com o decorrer desta competição mundial de seleções nacionais. Como é que o presidente da FIFA pode comparar a xenofobia, o racismo e a discriminação que se vive neste país organizador com ter sofrido bullying em criança?

Ainda esta semana uma bandeira de Pernambuco no Brasil foi apreendida na rua por pensarem que era uma bandeira da LGBTQIA. E as imagens feitas com essa bandeira foram apagadas e censuradas. Não resta outra solução a Giorgio Infantino que não seja a demissão. Tudo isto nada abona à causa do futebol. Depois deste Mundial o futebol sairá muito mais fraco, mas que sirva de exemplo para não se voltar a repetir. Sabemos que a FIFA está marcada nos últimos anos por corrupção e escândalos. O peso do dinheiro do Catar foi decisivo na escolha da organização desta prova. Um dia Joseph Blatter disse que sonhava com o futebol noutro planeta e que a FIFA estaria lá para organizar. Acho que está a acontecer…

Mas esperamos que isto sirva de exemplo e não se volte a repetir e que, pelo menos, no final tenhamos Portugal campeão do mundo como aliás aconteceu nas areias do deserto em Riade, quando a geração de ouro de Figo, Rui Costa e companhia ganharam o título mundial de sub20.

Agora vamos cantar o hino… Heróis do mar, nobre povo …

 

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