Augusto Bandeira

Todos nós somos culpados!

 

equality

As desigualdades entre homens e mulheres podem ter efeitos no futuro. E a desigualdade no salário entre homens e mulheres, desempenhando o mesmo papel, será que é justo?

Por muito que custe aceitar, não é verdade que haja igualdade entre homens e mulheres, mesmo quando uma senhora desempenha um cargo com exatamente as mesmas responsabilidades, os critérios são diferentes, uma coisa que está errada. Um exemplo para todos é o que se passa no desporto rei, o futebol. Está a decorrer o Mundial feminino e pouco ou nada se fala, parte daqui uma grande culpa para a comunicação social, estes profissionais onde muitos deles são do sexo feminino, fazem um trabalho exemplar, muitas das vezes muito melhor do que homens, e continua a haver desigualdades. Muito pouco ou nada se ouve falar do Mundial, já viram se fosse ao contrário? Nas horas dos jogos parava tudo, nas rádios e televisões era abertura de primeira página, as ruas enchiam com as vitórias de alguns países, triste dizer, mas é uma realidade à vista de todos, nada se passa, apenas um flash de notícias nos programas desportivos e nem todos. Será que é por ser o Mundial feminino? Alguém pode explicar a diferença? Triste seja dizer, mas está aqui a prova de que há desigualdades, o que não está correto. Vemos equipas neste Mundial feminino muito mais fortes que algumas equipas no último Mundial masculino, jovens que lutam ao máximo para defender as cores da bandeira que representam, e pouco se fala destas atletas. Mais uma vez está errado, por isso não venham com cantigas e com paninhos de água quente dizer que não há desigualdades, por que é mentira, há e muitas, mas isto pode vir a ter efeitos no futuro. 

Pode acontecer a qualquer momento, quem diria há 20 anos atrás que se iam ver senhoras a trabalhar na construção, hoje cada vez se veem mais, a fazerem exatamente o mesmo papel dos homens, seja na secção de carpintaria, a pintar, na instalação de placas de gesso, engenheiras, arquitetas etc., isto é a prova de que o futuro vai ser diferente. A pouco e pouco vamos chegar à igualdade e a prova é que em muitos países já se vê um equilíbrio.

Se voltarmos uns anos para trás, muitos se lembram do tempo em que os senhores entravam para a igreja pelas portas laterais e as senhoras na porta principal, isto acontecia para que ficassem separados. Até nas escolas, por exemplo, no preparatório, havia aulas de educação física e não havia misturas, as meninas tinham uma professora e os meninos um professor e em salas diferentes. Só depois da Revolução de Abril é que se começaram a misturar. Pode ser que muitos de nós ainda veremos atletas femininas no desporto rei a jogar na mesma equipa dos rapazes, e quando acontecer que seja feita justiça no salário, não pode haver desigualdades.

Eu sou a favor que haja igualdade em tudo desde, e sempre, que se desempenhe um papel qualitativo e produtivo. Conheço muitos do sexo masculino que são heróis, mas o trabalho é feito por senhoras e esses levam os galões, mais uma vez está errado, é que na realidade não dão uma para a caixa, o que são é bons vendedores de banha de cobra, e culpa tem quem acredita e não fiscaliza. Há que haver respeito e dar o valor a quem o merece, seja ele ou ela, mas eu dou um exemplo que na minha opinião está mal, mas o ciclo da vida assim o permite e vai continuar por muitos anos em certos aspetos, ainda há uma grande desvantagem que limita a participação das mulheres no mercado de trabalho, e porquê? É muito fácil, são as dificuldades de conciliar a vida familiar e profissional, mesmo que o maior número de pessoas com ensino superior sejam mulheres, elas continuam a enfrentar a desigualdade no mercado de trabalho quando comparadas com os homens. Então reparem, uma médica e um médico a fazer exatamente a mesma coisa, um médico numa sala faz uma operação ao coração a um paciente, na outra sala ao lado está uma médica a fazer exatamente a mesma coisa a outro paciente, no final o médico tem um salário superior ao da médica. Desculpem, mas está errado, deveria ser igual, mas não é o que acontece. E quem se deve culpar? Todos nós somos culpados! E a realidade está-se a ver no desporto rei, o Mundial de futebol feminino, nem a comunicação social dá tanta atenção e nem nós gritamos, nem perdemos tempo em frente ao ecrã da televisão.

Se tem filhas lute pela igualdade, não permita que elas façam o mesmo que o seu filho e não haja igualdade e o salário não seja o mesmo.

Bom fim de semana. 

Augusto Bandeira

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