As marés andam agitadas pelas bandas da Presidência da República. Agora as coisas já parecem ser mais a sério. Um pesadelo para alguns. Por isso mesmo é que nem sempre as maiorias são boas, muitos usam-nas sem benefícios para o país. As pessoas muitas vezes sentem-se enganadas e com muita razão.
Neste momento vê-se em Portugal um Governo que mais parece do tipo “quero, posso e mando”. É certo que as leis são aprovadas em Conselho de Ministros e, como está a acontecer com esta maioria, passam na Assembleia da República sem problema, mas têm que ser aprovadas pelo Presidente da República e, de seguida, publicadas em Diário da República para que se tornem efetivas e as pessoas passem a cumpri-las. Recentemente, o nosso Presidente da República, no seu rescaldo das férias, decidiu agitar as águas e, com a sua calma, porque agora na minha opinião está a fazer o seu trabalho, parece que deixou de ser muleta do Governo de Costa. Foi preciso o Galamba portar-se mal para acordar o Presidente.
Então… o Sr. Presidente com a sua arte e saber, decidiu vetar o polémico Mais Habitação, e devolveu o diploma ao Parlamento. O famoso pacote de medidas não conseguiu convencer nenhum partido da oposição e muito menos o Presidente. Todos os partidos concordaram e tiveram a mesma opinião que o Sr. Presidente, quando este diz que a nova lei da habitação não dá resposta à crise que o país e as famílias enfrentam. Foi muito engraçado ver toda a oposição, da direita à esquerda, aplaudir a decisão. Mesmo aqueles que fizeram parte do governo que foi cozinhado a três sem terem ganhado as eleições, a famosa geringonça. Aqueles dois partidos com este aplauso deram a entender ao cidadão português que, durante a legislatura de que fizeram parte, tiveram de engolir sapos muito grandes. Nada estranho foi o silêncio do primeiro-ministro nestes últimos dias. A cena mais triste que se ouviu foi o PS vir a público dizer que vai reconfirmar a nova lei da habitação sem nenhuma alteração. E faz isso porquê? Porque vai fazer uso da maioria absoluta que tem.
Isto é que vai uma açorda… durante a semana foi o tema quente. Não faz muito tempo foi o veto do diploma da carreira dos professores, agora foi o do Mais Habitação, a que alguns comentadores chamaram um veto demasiado político. Qual será o próximo? Até já há quem diga que o Presidente Marcelo está a ficar demolidor. Ainda bem que assim é. Um Presidente é o chefe de Estado e tem poderes para controlar o governo. As coisas passam com as maiorias, mas ao mesmo tempo abrem-se os olhos para o futuro.
Todos sabem que este governo tem tido um desempenho aquém do que Portugal merecia. Está certo que nem tudo tem sido um fracasso, no caso da economia Portugal subiu, a dívida desceu, mas as explicações são muito vagas de como se conseguiu ali chegar. Pouco ou nada se fala das excessivas cargas de impostos que o cidadão paga, cada vez há menos poder de compra, os bens essenciais sobem todos os meses, mas anda todo mundo muito calado. Devem ser os ares dos turistas que transformaram as ideias dos portugueses, porque as pessoas andam distraídas. Por isso mesmo, ainda bem que o Presidente da República vai alertando o cidadão e parece que passou de aliado a pesadelo de António Costa. O veto do Presidente no Mais Habitação foi uma posição muito bem assumida, porque este diploma não traz nada de benefício para a crise que o país atravessa.
Bom fim de semana.
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