Comunidade

Europa vai a votos a 26 de maio Próximo orçamento comunitário aposta na inovação

A Europa vai a votos a 26 de maio e os portugueses vão poder eleger 21 eurodeputados. Nas últimas eleições europeias a abstenção em Portugal foi de 66,2% – e agora, será que os portugueses se sentem europeus?

Paulo Pisco, deputado do PS eleito pelo círculo da Europa, veio a Toronto e esteve à conversa com o Milénio Stadium. Europeísta convicto, Pisco visitou várias associações portuguesas e apelou ao voto. “De acordo com as sondagens os portugueses são os que mais gostam da Europa, só que infelizmente não o traduzem na hora do voto. Mas todos os portugueses, inclusive os que vivem aqui no Canadá, podem participar nestas eleições e ao fazê-lo estão a fortalecer a democracia europeia que beneficia os seus familiares”, explicou.

Numa altura em que a Inglaterra está determinada a abandonar o projeto, a União Europeia enfrenta novos desafios e os mais pessimistas antecipam o seu fim. “A Europa precisa de ganhar consciência dos perigos que a ameaçam e a situação com o Reino Unido é um bom exemplo disso- refiro-me ao extremismo e ao populismo. A Inglaterra decidiu sair da União Europeia (UE) para responder a uma má gestão em termos nacionais. O PM da altura, David Cameron, sentindo-se acossado pelo aumento dos partidos de extrema-direita, nacionalistas, soberanistas e antieuropeus, propôs a realização do referendo e o resultado está hoje à vista – instalou-se o caos na sociedade britânica e o próprio Parlamento não consegue encontrar um rumo para a saída da UE”, comentou. 

Jean-Claude Juncker já anunciou que não tem intenções de continuar a liderar a Comissão Europeia e Pisco defende que o seu sucessor terá de ser capaz de recuperar a Europa de Jean Monnet e de Robert Schuman. “Ainda não conhecemos os candidatos, mas precisamos de europeístas convictos porque o projeto europeu é único a nível político, é uma verdadeira conquista de civilização. Nunca tivemos um conjunto tão alargado de países membros que por sua livre e espontânea vontade decidiram criar um espaço de liberdade e democracia sem fronteiras”, avançou. 

No próximo orçamento comunitário a agricultura vai sofrer um corte de 6% e a Europa vai investir mais em defesa, migrações e inovação – uma aposta que pode beneficiar uma das gerações portuguesas mais bem preparadas. “As universidades portuguesas são muito conceituadas, quer na área da saúde, das engenharias, da arquitetura. E os nossos profissionais são muito bem preparados para o mercado de trabalho e talvez por isso sejam procurados por países muito desenvolvidos, como é o caso da Noruega, Alemanha, Suíça”, assegurou.

O candidato garante que Portugal está na linha da frente da execução de fundos comunitários e dá como exemplo a rede de autoestradas que foi agora considerada a segunda melhor da Europa, logo depois da Holanda. “Hoje temos um país com boas infraestruturas e as nossas autoestradas atestam isso mesmo porque ligam o país a Espanha e de norte a sul, do litoral ao interior. Portugal hoje é um país muito competitivo, mas precisamos de continuar a investir, nomeadamente em redes ferroviárias e em infraestruturas portuárias”, reconheceu.

A Europa quer limitar a velocidade máxima dos carros na própria fábrica; acabar com o plástico descartável e reduzir as emissões de CO2. “Os novos desafios do século são sobretudo ambientais. Nós temos visto como as catástrofes naturais têm aumentado de frequência e de intensidade. Creio que é absolutamente irresponsável ver líderes políticos como por exemplo Donald Trump, nos EUA, ou até Jair Bolsonaro, no Brasil, que desacreditam as evidências científicas”, lamentou.

A partir de janeiro de 2021 os canadianos que queiram viajar para a Europa vão enfrentar mais controlo, uma medida que poderá ser excessiva. “A Europa e o Canadá são parceiros antigos e têm grandes relações comerciais. Na minha opinião acredito que existem casos em que tem de existir uma maior facilidade para a liberdade de circulação”, lamentou. 

O deputado socialista gostava de ver mais portugueses a liderar a Europa e enaltece a nossa capacidade para encontrar soluções. “Como dizia o conhecido ensaísta Eduardo Lourenço, os portugueses são verdadeiros intérpretes de culturas. Nós temos uma grande capacidade para criar pontes porque mantemos uma distância muito importante entre todos os países e todas as culturas. Podemos ser intermediários para encontrar saídas e para resolver problemas e conflitos”, informou.

As próximas eleições europeias preparam-se para bater o recorde de partidos candidatos a eleições. Em Portugal, até agora, 19 partidos confirmaram a candidatura, mas o número ainda pode aumentar porque dois partidos aguardam pela decisão do Tribunal Constitucional.

Joana Leal

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